Após prisões, polícia encontra restos mortais de casal carbonizado em ‘micro-ondas’ em Campo Grande
Cabeça não foi encontrada e polícia acredita que animais podem ter levado outras partes
Arquivo –
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Após a prisão de duas mulheres, de 31 e 35 anos, e de um homem, de 32 anos, pelo envolvimento nas mortes de Pedro Vilha Alta Torres e a esposa Priscila Gonçalves Alves, crime cometido em agosto de 2021, equipes da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) encontraram no fim da manhã desta quarta-feira (16) restos mortais de Pedro Vilha Alta, na BR-163 próximo a Uniderp Agrárias, em Campo Grande.
Os restos mortais foram localizados em sacos pretos que estavam rasgados, possivelmente, por animais que teriam ainda comido alguns pedaços das vítimas. Foram localizados nos sacos, ossos pequenos de mãos, pé, braços. A cabeça de Pedro não foi localizada.
Segundo o delegado titular da DEH, Carlos Delano, será extraído material genético dos ossos para a confirmação da identidade da vítima. Ainda segundo informações, a maior parte descartada no local foi levada por animais.
Prisões
As prisões foram feitas nessa segunda-feira (14) e terça-feira (15) e um adolescente de 17 anos também foi apreendido. Foram cumpridos mandados de prisão temporária contra as duas mulheres, além do mandado de busca e apreensão contra o adolescente.
As capturas foram feitas em Ribas do Rio Pardo, com apoio do SIG (Setor de Investigações Gerais) daquele município. Já nesta terça, o homem que já estava preso por outro crime, recolhido no Centro de Triagem, também foi preso temporariamente.
Desaparecimento e ‘micro-ondas’
O casal desapareceu por volta das 2 horas da madrugada do dia 15 de agosto, quando saiu de casa jogando as chaves por debaixo da porta. No registro da ocorrência por desaparecimento, familiares informaram que eles eram dependentes químicos e que tinham problemas com traficantes da região, que não gostavam deles, mas que não estariam envolvidos com facção criminosa.
Ainda segundo o registro, o casal não trabalhava e recebia ajuda do governo. Pedro usava tornozeleira eletrônica. Mesmo afirmando que não sabiam de participação dos dois com facções, familiares disseram que eles poderiam ter se envolvido de alguma forma com facções criminosas. O casal deixa duas filhas.
O crime
Na época, o delegado Nilson Friedrich, da 4ª Delegacia de Polícia Civil, que atendeu o local do crime, disse que o modo que os corpos foram encontrados esquartejados, sem cabeças e dispostos em sacos de lixo e espalhados pela região, é o mesmo como operam facções criminosas. Um dos corpos foi encontrado envolto em pneus queimados, em uma execução conhecida como ‘micro-ondas’, quando a pessoa é queimada dessa forma.
Os cortes nos corpos foram feitos com faca, mas nenhuma arma foi encontrada no local. A mão da mulher estava quase intacta, o que facilitou a identificação. Para a polícia, a suspeita é de que o incêndio, que teria começado no dia 15 de agosto, foi criminoso.
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