Após prisão por tráfico de pessoas, mãe nega que teria ‘doado’ filho para desconhecido

PRF abordou mulher viajando com menino de 7 anos em rodovia de MS para levar a homem no Mato Grosso

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Caso é investigado na Depca – (Foto: Nathalia Alcantara/Jornal Midiamax)

Nesta segunda-feira (22), é ouvida na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) a mãe de 44 anos acusada de colocar o filho para adoção, mas a princípio de forma ilegal. O trâmite para que o menino de 7 anos chegasse até a pessoa que o adotaria terminou com uma mulher de 43 anos presa por tráfico de pessoas.

O fato aconteceu na última quarta-feira (17), quando a mulher viajava com o menino para Mato Grosso. O irmão dela iria ficar com a criança, após saber que a mãe do menino já não tinha condições de criá-lo. A equipe policial que fez a abordagem ao ônibus em que eles viajavam acabou prendendo a mulher.

Isso porque o documento que ela levava, uma procuração que dá plenos poderes para que a mulher administrasse a vida social da criança, não seria válido. Além disso, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) apurou que não havia um processo legal de adoção na Justiça.

O caso passou a ser investigado pela Depca. Filha da mulher que acabou presa em flagrante contou ao Midiamax que a mãe está no presídio agora, com a prisão preventiva decretada.

Mãe nega que colocou o filho para adoção

A mãe do menino relatou ao Midiamax que não colocou a criança para adoção. Ela disse que passa necessidades e vive em Campo Grande, desempregada e sem condições para criar o menino. “Meu filho pedia coisas para comer e eu não tinha”, lamentou a mulher.

Assim, ela teria conseguido um emprego no Mato Grosso, onde o irmão da amiga mora. Para evitar que a criança ficasse ainda mais tempo com ela, passando necessidade, decidiu que o menino fosse antes e ficasse aos cuidados do irmão da amiga. Ela contou que iria já nesta semana para lá.

“Acredito que outras mães fariam a mesma coisa que eu”, disse. Ela afirmou que conhece a mulher que viajava com o menino há aproximadamente dois anos. O menino agora está aos cuidados do Conselho Tutelar.

A advogada que acompanha o caso, Aurea Rodrigues, relatou que vai esperar novas decisões da Polícia Civil e também deve pedir a revogação da prisão preventiva da mulher. Também será feito pedido para que o menino tenha guarda restabelecida para a mãe.

Conforme a mãe do menino, ela agora está amedrontada, com medo de ser linchada, porque vizinhos acreditam que ela tentou vender o filho.

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