Acusado de matar Léo Veras vai a julgamento dois anos após execução de jornalista

Durante o julgamento, a principal testemunha disse em plenário que não conseguiu ver nada no dia do crime

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Jornalista Léo Veras foi executado na fronteira (Arquivo)

Waldemar Pereira Rivas, conhecido como ‘Cachorrão’, acusado do assassinato do jornalista Léo Veras, está sendo julgado há 3 dias em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, pelo crime que aconteceu em fevereiro de 2020.

O julgamento não tem hora para terminar, mas a expectativa é que acabe ainda nesta quinta-feira (3), com a sentença ou absolvição de ‘Cachorrão’. Durante o júri, a principal testemunha disse em plenário que não podia contar muita coisa, já que nem a fisionomia dos autores viu no dia do assassinato.

A testemunha revelou, apenas, que viu um carro de cor branca fugindo do local. ‘Cachorrão’ foi preso no dia 1º de maio, em Pedro Juan Caballero, por agentes da polícia paraguaia. 

Durante o julgamento, foi incluído pelo Ministério Público, o laudo técnico da perícia do celular de Waldemar Pereira Rivas, apreendido na cela de ‘Cachorrão’. Também foi verificado que o Jeep Renegade, de cor branca, usado na execução do jornalista, era de propriedade de ‘Cachorrão’.

Execução

Léo Veras estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local, na noite do 12 de fevereiro de 2020. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque. Logo ao levar os primeiros tiros, Léo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido.

Lá, os criminosos terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos. Em seguida, o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista.

Prisões após execução de jornalista

Cinco homens e uma mulher suspeitos de ligação na execução do jornalista Léo Veras foram presos ainda em 2020. As prisões aconteceram após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), na época, divulgar que os tiros que atingiram o jornalista Lourenço Veras, o Léo Veras, tinham sido disparados de uma pistola Glock 9 mm. 

Esta mesma arma teria sido usada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.

Todos os crimes estariam relacionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a Associação. Exame de balística forense feita na capital Assunção, identificou em cartuchos recolhidos na casa de Léo, o mesmo padrão de marca produzido pelo percussor da pistola no instante do disparo, que é uma espécie de impressão digital, única para cada arma.

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