Os traficantes procuraram novas formas de agir durante a (Covi-19) e, além do tradicional sistema de ‘disque-drogas’, também passaram a atuar online e despachar drogas pelos . Desde o início do ano, multiplicaram os casos de apreensão de entorpecentes despachados sob encomenda a partir de Mato Grosso do Sul. O novo cenário levou a empresa e a polícia a estreitar relações e agir com ainda mais inteligência.

No caso mais recente, ocorrido em Aparecida de Goiânia (GO), a Polícia Civil apreendeu uma remessa de maconha enviada pelos Correios por um remetente sul-mato-grossense. O destinatário foi preso no momento em que buscava a encomenda. Ao todo, eram dois tabletes com dois quilos. O suspeito disse ter comprado o material pela internet, via Facebook.

Em outro flagrante, no dia 23 de fevereiro, o Departamento Especializado de Narcóticos do , juntamente com a Polícia Judiciária da Força Nacional de Segurança Pública e a Coordenação de Segurança Corporativa dos Correios, apreenderam três tabletes de maconha que saíram de e seriam entregues em Vila Velha (ES). 

O caminho inverso também é comum. No dia 1º de fevereiro, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) prendeu em Campo Grande uma mulher de 26 anos flagrada com 50 comprimidos de LSD em uma encomenda que havia acabado de retirar de uma agência dos Correios na Avenida Gury Marques. Após denúncia de que a suspeita havia comprado o entorpecente pelo Instagram e estava aguardando a chegada, os policiais fizeram abordagem no momento em que a mulher saía da agência.

Traficantes 'inovam' na pandemia e encomendas com drogas se multiplicam nos Correios em MS
Droga apreendida em encomenda dos Correios. Foto: Divulgação

Um outro carregamento que saiu de São Paulo, destinado a um adolescente de 14 anos morador em Aquidauana, foi interceptado antes que chegasse ao destinatário. Ao todo, eram 20 microsselos de LSD. A droga, fina como papel, é uma das preferidas pelos criminosos que usam os Correios, tendo em vista que podem passar mais facilmente despercebida pela fiscalização.

O que dizem os Correios

Responsável pela verificação das encomendas, os Correios afirmam que trabalham em parceria  com os órgãos de segurança pública para prevenir o tráfico de itens proibidos, por meio do serviço postal. Os empregados atuam de forma diligente visando identificar postagens cujo conteúdo esteja em desacordo com a legislação. 

“Quando algum objeto com conteúdo proibido ou ilícito é detectado, os Correios acionam os órgãos competentes. Muitas das operações de combate ao tráfico começam por meio do processo de fiscalização não-invasiva (raio-x) dos Correios”, outros detalhes sobre fiscalização e segurança são sigilosos e não foram divulgados.