Durante o juri popular de Marcos André Vilalba, nesta sexta-feira (13), em Campo Grande, a promotoria descreveu o horror que o réu cometeu contra Carla Magalhães, assassinada em julho de 2020, para enfatizar a violência do crime cometido contra a jovem, que teve o corpo desovado perto de casa, no bairro Tiradentes.
Durante a sua sustentação oral, o promotor disse que Marcos tentou enganar a polícia no dia em que acabou preso pelo assassinato, contando para os militares que as manchas de sangue encontradas na casa dele seriam devido a uma ‘masturbação violenta’. Mas, como a história era absurda acabou confessando o crime.
“Usou o corpo por três dias e quando não tinha mais serventia ele descartou o cadáver”, falou o promotor durante seu discurso em plenário. O MPMS (Ministério Público Estadual) pediu pela condenação pelo estupro, homicídio qualificado pelo motivo fútil, que dificultou a defesa da vítima, meio cruel e feminicídio – pois usou a vítima como objeto para satisfazer sua lascívia, ocultação de cadáver e vilipêndio de cadáver.
Logo no início do julgamento ainda quando Marcos André estava em plenário e foi perguntado pelo juiz se queria falar, ele disse que gostaria de permanecer em silêncio, pedindo em seguida para ser retirado do plenário, sendo levado a uma sala anexa.
Acusação
Para o assistente de acusação, José Belga, Marcos André não pode voltar para o convívio da sociedade, já que é uma pessoa de alta periculosidade, insensível e frio, que voltaria a cometer o mesmo crime, fazendo mais vítimas. “Comportamento bizarro que ele teve, de estuprar, matar e violar o corpo por três dias”, disse. A acusação pede pena máxima, que pode chegar a 49 anos de prisão.
Defesa alega insanidade
Sebastião Francisco dos Santos, que irá fazer a sustentação oral, disse que Marcos é doente, e que, na realidade, precisa de uma medida de segurança e que o Estado tem de tomar providências, fazendo uma comparação do caso com o do Maníaco da Cruz — em que Dyonathan Celestrino matava e deixava as vítimas em forma de cruz; ele está internado em uma ala psiquiátrica. “Não estou defendendo que é inocente, mas que é doente mental”, falou Sebastião.
A defesa ainda disse que o crime não seria um feminicídio, e sim um caso isolado. “Não podemos eleger um Cristo, potencializando um caso, um fato, isso é uma doença”, disse.
Justiça é o que pede a família
“É uma atrocidade, nossa esperança é que a justiça da terra seja feita. Só Deus para dar força porque nunca imaginamos tanta atrocidade”, falou o primo de Carla, Diego Santana. Ainda segundo Diego, Marcos é uma pessoa fria, que estava o tempo todo acompanhando o que a família estava fazendo quando a Carla sumiu.
Evani disse ao Jornal Midiamax que espera por justiça. “É uma coisa sem explicação”, disse. Ela está muito confiante pela condenação de Marcos. “Desde a primeira hora que ela sumiu, minha família estava comigo e continua”, falou.