Policial relata frieza, premeditação e fingimento de pai que matou bebê afogado em Campo Grande

Júri é marcado pelo silêncio de Evaldo, quebrado apenas pelo pedido de desculpas à ex-mulher

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Durante seu julgamento na manhã desta quarta-feira (25), em Campo Grande, Evaldo Dias Zenteno, acusado de matar afogado o próprio filho, Miguel Henrique afogado em uma bacia se manteve calado, e apenas, pediu desculpas à família e à Thayelle Cristina Bogado, de 23 anos, mãe de Miguel.

Ele disse que estava preparado para arcar com as consequências do crime que cometeu em relação à lei dos homens e de Deus. Por vídeo, o policial militar que atendeu a ocorrência no dia do crime contou ao júri, que de toda sua experiência profissional percebeu que Evaldo havia premeditado o crime, e que estava mentindo em relação a vários pontos, que não conseguia explicar. 

Como, por exemplo: Ele estava de chinelos de cor branca, no dia do crime e disse aos PMs que quando o bebê foi jogado no córrego da Ernesto Geisel, ele entrou no córrego para buscar o filho, mas o militar percebeu que seu chinelo continuava branco mesmo dizendo que tinha ido atrás do filho. 

Outro ponto que chamou a atenção é que Miguel estava de roupa branca e não estava suja, mesmo com o bebê caindo no córrego. O policial ainda disse que em nenhum momento, Evaldo chorou pela morte do filho, sendo que aparentava frieza e passou a fingir lágrimas para tentar se defender. Ele foi descrito pelo policial como calculista e o crime premeditado.

Antes do início do julgamento, Thayelle disse ao Jornal Midiamax que esperava por pena máxima para honrar a memória do filho. Ela ainda disse que teve a oportunidade de um novo recomeço construindo uma nova família e esperando seu segundo filho, que também é um menino, Ravi.

A jovem lembra do pequeno Miguel dizendo que a criança sempre estava sorrindo, era muito alegre. Quando soube da morte do filho não acreditou e neste momento seu mundo desabou.  “Só acreditei quando vi ele (Miguel) no caixão”, disse Thayelle ao Jornal Midiamax nesta terça-feira (24), quando se preparava para o juri desta quarta (25). 

A morte de Miguel

Um dia antes ao crime, que aconteceu em 18 de setembro de 2019, Evaldo pediu o carro emprestado a um amigo, um estudante de 25 anos, que conhecia há cerca de seis meses. Como já tinha emprestado algumas vezes, o rapaz não negou e emprestou o veículo. Evaldo devolveu o carro às 19h30, sendo que pediu ao amigo para deixá-lo no Lago do Amor.

Já na manhã do dia 19 de setembro, Evaldo ligou cedo, por volta das 6h50, e pediu o veículo novamente, dizendo que iria visitar um avô que estava internado. Novamente o amigo emprestou. No horário do almoço, Evaldo e Miguel foram até o local de trabalho do estudante, na região central da Capital, onde almoçaram. O amigo informou, conforme boletim de ocorrência, que não notou comportamento estranho de Evaldo com o filho.