MPMS determina distribuição de denúncia contra cúpula da PCMS à promotoria do Patrimônio Público

Delegado-geral é suspeito de usar Polícia Civil para interferir na briga pelo jogo do bicho em Campo Grande

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Enquanto se arrasta a crise institucional que praticamente rachou a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) determinou, nesta quinta-feira (11), a distribuição imediata de uma denúncia que tem como alvo a cúpula da DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil). 

Segundo informação oficial do Ministério Público, o procedimento deve ser distribuído a uma das promotorias do Patrimônio Público. Segundo apurado pelo Jornal Midiamax, a expectativa é de que pelo menos um dos titulares dessas promotorias se declare sob suspeição. Atualmente, atuam como titulares os promotores Adriano Lobo Viana de Resende, Fabio Ianni Goldfinger e Humberto Lapa Ferri, da 29ª, 30ª e 31ª promotorias, respectivamente. 

A manifestação foi recebida na última terça-feira (9) pela ouvidoria e no mesmo dia determinada a sua distribuição. “Foi determinado o encaminhamento à Supervisão das Promotorias de Justiça Especializadas para distribuição a uma das Promotorias de Justiça com atribuição na área do Patrimônio Público e Social”, explicou a nota enviada ao Jornal Midiamax.

Ainda na quarta-feira (10), o vereador Tiago Vargas (PSD) protocolou um pedido do afastamento junto ao MPMS. Ele que chegou a citar nas redes sociais que Adriano não teria “condições éticas e morais para estar à frente da PCMS, pois ameaçou uma delegada que se recusou a citar nomes de investigados ligados ao jogo do bicho”.

Denúncia ao MPMS

Na terça-feira (9), foi registrada na Ouvidoria do MPMS uma denúncia, pedindo apuração oficial sobre suposta atuação de membros da Polícia Civil de MS para favorecer grupos interessados no domínio do mercado de contravenção em Campo Grande.

Nomes de possíveis envolvidos no esquema foram apontados e a manifestação foi recebida e distribuída pelo promotor de Justiça Renzo Siufi, que ocupa atualmente cargo de ouvidor do MPMS. Agora, a manifestação deve ser apreciada por promotor que ficará responsável por dar andamento ou não na denúncia.

Na peça, até mesmo o serviço de inteligência da PCMS também foi implicado. Conforme o registro na Ouvidoria do MPMS, “o delegado geral e seu serviço de inteligência trabalham de maneira exaustiva para aniquilar o jogo do bicho na capital, para após essa ‘limpeza’ ingressar com a banca que os patrocina”.

Ainda é lembrado pelo denunciante o número de operações ‘Deu Zebra’, realizadas pela Polícia Civil desde setembro deste ano. Também é feita afirmação de que integrariam a Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social), que seria responsável por apurar tal infração, policiais que têm como familiares investigados na Operação Omertà.

A denúncia afirma que membros da DGPC (Delegacia-Geral de Polícia Civil) atuariam em parceria com interessados no controle da jogatina em Mato Grosso do Sul.

Sejusp deve assumir procedimento

Após o Jornal Midiamax revelar suspeitas apontadas por delegados da Polícia Civil de MS que implicam colegas ligados à cúpula da DGPC, o titular da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), Antônio Carlos Videira, explicou que o delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Geraldo Garcia, não poderá participar das apurações internas sobre as denúncias, já que está entre os suspeitos.

Nesse caso, Adriano está afastado das investigações, já que faz parte do processo e terá de se declarar impedido de todas as apurações feitas em relação à investigação. A Corregedoria já está em investigação e quando o relatório for remetido à DGPC, Adriano terá de remeter à Sejusp para o secretário Antônio Carlos Videira, que julgará o caso.

“Não posso emitir nenhuma opinião sob pena de me declarar suspeito”, disse ainda Videira em entrevista gravada ao Jornal Midiamax.

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