A mãe da menina de 3 anos, que foi torturada em um ritual de , na cidade de a 135 quilômetros de Campo Grande saiu da prisão e vai responder ao processo em liberdade, segundo a delegada Karen Viana, que está a frente do caso.

De acordo com a delegada, testemunhas e o que atendeu a criança começam a ser ouvidos nesta segunda-feira (11) para confrontar os depoimentos com o da mãe da menina, que irá ser ouvida em um depoimento especial. A mãe da menina acabou presa depois de levar a filha para um ritual de cura. Ela afirmou que a filha estava com problemas intestinais, e por isso, a levou para uma curandeira.

“A mãe só procurou o hospital por causa das queimaduras na perna da menina. Ela disse que passou pomada nos machucados e que havia dado paracetamol para a criança, que estava muito machucada”, disse a delegada. Ainda de acordo com a delegada, foi descartado conjunção carnal em resultado de laudo depois que a criança passou por exames, mas que será investigado ainda se a menina pode ter sido abusada. “Ela estava muito machucada, e no momento do exame não tinha como saber se era de abusos anteriores ou se era por causa do ritual de cura”, disse a delegada.

O crime foi descoberto após a própria mãe buscar atendimento em uma unidade de saúde para tratar da queimadura grave em uma das pernas da criança. Ao perceber as demais lesões nas partes íntimas e uma possibilidade de crime de , o foi acionado. Após isso, a mãe foi encaminhada para a Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos.

No depoimento inicial, a mãe da criança informou que o padrasto da vítima seria o principal suspeito de abusá-la sexualmente. Então, uma viatura da Polícia Civil seguiu até a fazenda de local de trabalho do suspeito. O homem foi localizado e também levado para a Delegacia de Polícia mas negou qualquer crime.

Ele ainda explicou que as lesões nas partes íntimas foram causadas pela própria mãe e avó da criança ao tentarem realizar uma desobstrução das fezes da menina que já durava 10 dias com um objeto fino cortante e com as próprias mãos.

Após as contradições, a mãe confirmou que mentiu aos policiais sobre a suspeita do padrasto e que as lesões foram causadas ao levar a criança a uma curandeira da aldeia . De acordo com a mãe, no ritual, a criança precisaria sentar-se em um tijolo que estaria em alta temperatura e ao realizar este procedimento teria ocorrido a queimadura na perna.

Somente por conta da gravidade da queimadura, a mãe levou a criança para ser atendida por um médico na aldeia. A criança apresentou sangramento e dor causadas em virtude de introdução forçada de objeto e dedo em seu ânus. A tortura durou cerca de um dia e uma noite. Já no Hospital Regional de Aquidauana, diante da gravidade das lesões no ânus e constipação intestinal, a menor teve que passar por uma cirurgia de emergência, a princípio sem constatação de abuso sexual.