O imbróglio sobre a renovação do convênio de combate ao tráfico entre o Governo Federal e o Governo de Mato Grosso do Sul, finalizado em 2019,persiste. O acordo previa uma compensação financeira pelo trabalho de enfrentamento às drogas realizado pelas forças de segurança estaduais, tendo em vista que muitas ocorrências seriam atribuições da Federal, que não dispõe de efetivo para atendê-las.

Na tarde desta quarta-feira (03), Luiz Roberto Begiora, titular da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), visitou a sede da (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), no bairro Tiradentes, em , para averiguar o acúmulo de veículos apreendidos com traficantes e que lotam o pátio. Ele planeja acelerar o leilão dos bens a fim de garantir repasse de 40% do total arrecadado à segurança de MS. A medida visa amenizar os prejuízos desde o fim do convênio.

O delegado Gustavo Ferraris, da Denar, lembrou que o convênio garantia mais recursos para unidades que atuam diretamente no combate ao tráfico, ou que recebem muitas ocorrências do tipo, como além da própria Denar, a Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira), a delegacia de Água Clara, de Ponta Porã, de Amambai e Três Lagoas. O dinheiro era usado para a manutenção geral dos serviços.

Quando um é preso, ele ocupa a cela da delegacia, a droga precisa ser periciada, o veículo também necessita ser periciado e armazenado, isso sem mencionar os gastos com transporte e do material. Tudo isso fica sob responsabilidade do Estado. Neste sentido, o convênio previa que o Governo Federal recompensaria as forças policiais de Mato Grosso do Sul com o bastante para, ao menos, cobrir os gastos.

Pátios lotados

Cerca de 6 mil carros apreendidos com o tráfico de drogas em MS lotam delegacias por todo o estado e oferecem risco à saúde, tendo em vista que os veículos amontoados servem como foco de proliferação do mosquito da dengue e outros insetos transmissores de doenças.  Os automóveis devem ir a leilão em breve e 40% do total arrecadado será repassado à Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), para investimento na polícia. Há urgência pois, além de uma questão sanitária, também existe o aspecto da desvalorização dos bens.