O lançamento nesta terça-feira (25) do Banco de Perfis Genéticos em deve ajudar cerca de mais de 7 mil famílias que estão com seus entes desparecidos sem saber o que realmente pode ter acontecido. O lançamento foi feito no dia Internacional de Crianças Desaparecidas.

A família de Regiane Alves Acunha que desapareceu em um ponto de ônibus, no dia 13 de dezembro de 2018 foi a primeira a coletar material genético no lançamento do banco de dados para tentar encontrar e entender o que aconteceu com a jovem de 22 anos, de quem nunca mais tiveram notícias.

O irmão de Regiane falou com o Jornal Midiamax e disse que ainda tem esperanças de encontrar a irmã com vida, mas que caso não, quer saber o que aconteceu com a irmã. “Ela era muito alegre e quero saber o que aconteceu”, disse David Alves Medeiros de 28 anos.  A irmã de Regiane contou não acreditar que a jovem desaparecesse do nada, já que ela amava muito os filhos.

Segundo o delegado Carlos Delano, titular da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) são cerca de 80 amostras de restos mortais que estão na delegacia a espera de confronto para saber sobre familiares. Delano ainda disse, “esse banco de dados vai dar agilidade ao processo”.

Ainda segundo o delegado no caso do crânio que foi encontrado na última semana, em Campo Grande, se já tivesse o banco de dados em funcionamento já haveria respostas, “Já teríamos identificado de quem era o crânio o que pouparia meses de investigação”.

Coleta material genético

A coleta de material genético de familiares de desaparecidos vai acontecer entre ao dias 14 e 18 de junho na DEH e parentes de preferência pais, mães, e filhos pode levar escovas de cabelo, de dentes por exemplo, que auxilie na coleta.

A coleta de material genético é voluntária, indolor e precedida da assinatura de um Termo de Consentimento. O exame para a retirada de amostra de DNA dos familiares das vítimas consiste no simples esfregaço da bochecha com um cotonete. O perfil genético obtido não será utilizado para nenhum outro fim, além da identificação do parente do desaparecido.

Desaparecidos

Nos últimos 3 anos na Capital desapareceram 1.312 pessoas, sendo em 2019 627, mais 502 em 2020 e em 2021 foram 183 desaparecidos. Já nos últimos seis anos são 3 mil pessoas desaparecidas.

Destas 7 mil pessoas desaparecidas, dados são de que em 2019, 94 crianças entre 0 e 11 anos sumiram no Estado e em 2020 foram 76 crianças.

Em Mato Grosso dom Sul são 7.770 pessoas ainda não encontradas. Já os localizados são 88% em 2019 e 69% em 2020.

Regiane desaparecida

Regiane desapareceu na manhã do dia 13 de dezembro de 2018, quando saiu de casa dizendo que assinaria uma rescisão de contrato trabalhista. A jovem foi vista pela última vez em um ponto de ônibus, no bairro São Jorge da Lagoa. Ela é mãe de dois filhos, de 1 e 3 anos.