Homem de 37 anos, morador em Corumbá, responde a processo por estelionato, por se passar por servidor da Prefeitura Municipal de Campo Grande e articular o suposto financiamento de casas populares entregues pelo município. Ele chegou a dizer que era funcionário de confiança do Executivo Municipal e que, por atuar diretamente no gabinete, tinha liberdade para negociar os imóveis. Em média, ele cobrava de R$ 1.500 a R$ 2 mil. Porém, era tudo mentira.

Conforme denúncia oferecida pelo MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), os fatos ocorreram em março de 2018. À época, ele se apresentou a cinco vítimas como nomeado na antiga Emha (Agência Municipal de Habitação), hoje Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). Com tais credenciais, conseguiu induzir as vítimas ao erro, convencendo-as de que conseguiriam comprar uma casa.

O valor baixo era isca para convencer os alvos. Ao todo, duas das vítimas pagaram a ele R$ 1.500 e três pagaram R$ 2 mil, acreditando que, de fato, estavam dando entrada no financiamento de habitação popular. O detalhe é que, salvo exceções, os imóveis são construídos com dinheiro público e não podem ser comercializados, tanto que pessoas que vendem suas casas de projetos sociais ficam desabilitadas a participar de novos sorteios.

O suspeito foi preso após denúncias, enquanto tentava receber de uma das vítimas em uma agência bancária na Avenida Afonso Pena. “Durante as investigações descobriu-se que o denunciado alegava que era funcionário da prefeitura, e estava lotado no gabinete do prefeito, e tinha autoridade para negociar financiamentos de casas populares, e com isso enganou as vítimas e obteve vantagens ilícitas”, lê-se no corpo da denúncia.

Em audiência realizada no ano passado, uma das vítimas manifestou-se pelo direito de não representar criminalmente contra o acusado, porém, as demais concordaram em levar a denúncia adiante. Por este motivo, o juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, deu prosseguimento ao feito, agendando outra audiência para o próximo dia 4 de agosto, para coleta de oitiva de outras vítimas, testemunhas e do acusado.

Por meio da assessoria de imprensa, a Amhasf ressaltou que os moradores não podem acreditar em falsas promessas. Disse ainda que a venda e a compra de casas populares é ilegal que não existe atalhou ou qualquer facilidade para se obter moradias via agência municipal. Ressaltou ainda que as pessoas precisam estar atentas a ação de golpistas e que a única forma de ser contemplado é através de sorteio, após rigoroso processo de seleção.