Absolvido em ação por corrupção, PM preso em MS desistiu da carreira para virar advogado
O militar tirou a carteira da OAB e fez a própria defesa, conseguindo provar a sua inocência no caso
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Após ser preso, na manhã do dia 15 de maio de 2020, com a deflagração da Operação Avalanche, que foi realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra a chamada ‘máfia dos cigarreiros’, é que o tenente-coronel Wesley Freire de Araújo resolveu pedir a reserva da Polícia Militar para fazer a sua própria defesa.
No dia 13 de agosto deste ano, quase 1 ano após a operação que o levou para a cadeia junto de mais cinco militares, o tenente-coronel conseguiu sua absolvição por cinco votos favoráveis e nenhum contrário. Também foi inocentado Luíz César de Souza Herculano, e, no dia 9 de agosto deste ano, foram inocentados, Carlos da Silva, Josafá Pereira Dominoni e Kleber Haddad Lane. Os cinco oficiais foram absolvidos por 5×0 e somente um foi absolvido por 4 votos a 1.
O tenente-coronel Wesley contou ao Jornal Midiamax, que viu muitos erros durante o processo, sendo assim, como já tinha formação em direito resolveu fazer a sua própria defesa. “Eu sabia mais do que ninguém o que havia ocorrido”, relatou.
“Sabia de todas as pseudoacusações e suas narrativas falhas. A acusação utilizou de dados de Inteligência para acusar. Isso não é permitido no processo penal. Os dados de Inteligência foram utilizados após análises ruins e distantes das técnicas do Serviço de Inteligência”, disse Wesley.
Um caminho longo, mas que o militar, agora da reserva, sabia que teria que percorrer para poder provar a sua inocência, que acabou comprovada no dia 13 deste mês, em que foi inocentado das acusações de corrupção passiva e integração em organização criminosa. Questionado se volta ao serviço militar, Wesley afirma que agora irá traçar sua carreira na advocacia, com especialização na área militar.
A operação Avalanche foi deflagrada no dia 15 de maio de 2020 e cumpriu mandados em Campo Grande, Dourados, Coxim, Sidrolândia, Naviraí, Aquidauana.
Segundo a denúncia da qual foi inocentado, os alvos da então operação eram servidores da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), como policiais de alta patente da PMMS.
Todos estariam lotados, com altos salários, em cargos estratégicos de comando em unidades policiais na região do Conesul, por onde a chamada ‘máfia dos cigarreiros’ teria intensificado as operações criminosas após a Operação Oiketikus, que já tinha prendido 29 servidores da Sejusp em 2018.
O suposto esquema de corrupção teria continuado, segundo apontavam as investigações do Gaeco, com ‘forte participação de integrantes da Polícia Militar sul-mato-grossense’ para facilitar a atuação de contrabandistas de cigarro do Paraguai. Todos os cinco militares envolvidos na denúncia foram inocentados.
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