Marcos André Vilalba, 22 anos, foi condenado a 31 anos e 9 meses de prisão pelo feminicídio qualificado de Carla Santana Magalhães, de 25 anos. O julgamento aconteceu em agosto e a defesa tentou recurso, que foi negado, conforme publicação do Diário da Justiça desta sexta-feira (10).
Na decisão, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) pontuam que o mero inconformismo da defesa em relação à decisão dos julgadores não autoriza, por si só, a cassação das qualificadoras reconhecidas pelo Conselho de Sentença.
Em plenário, os jurados decidiram por condenar Marcos por homicídio qualificado pela condição de mulher, ou seja, feminicídio, também qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele também responde por ocultação de cadáver e, no andamento do processo, foi descoberto ainda o crime de vilipêndio, ter relações com a vítima após a morte.
Também foi tentada redução maior da pena pela confissão do crime pelo réu, inicialmente reduzida em um ano. No entanto, os desembargadores alegam que foi necessário intenso trabalho de investigação policial até que o réu confessasse o crime. Além disso, ele precisou ser interrogado três vezes para que, aos poucos, narrasse os fatos.
Em acórdão, os desembargadores negaram provimento ao recurso.
Feminicídio de Carla
No dia 30 de junho de 2020, por volta das 19 horas, Carla foi raptada por Marcos na Rua Nova Tiradentes, no Tiradentes, onde ela e o autor moravam. Eles eram vizinhos e a vítima foi imobilizada pelo réu com um ‘mata leão’. Após o golpe aplicado pelo rapaz, Carla desmaiou e foi levada para dentro da residência dele.
Segundo a denúncia, Marcos deu golpes de faca no pescoço de Carla e ainda fez um corte profundo. Após a morte da vítima, o acusado ainda vilipendiou o cadáver, praticando sexo com a vítima morta. Ainda consta nos autos que o crime foi praticado por Marcos sob alegação de que, no dia anterior, Carla o teria ignorado quando foi cumprimentada por ele.
Após os crimes, Marcos deixou o corpo de Carla escondido embaixo da cama por três dias, até que levou a vítima para uma conveniência, na esquina. Foi no início da manhã daquele dia 3 de julho que parentes de Carla que saíam para trabalhar encontraram a vítima. Com o corte profundo no pescoço e sem as roupas, Carla foi encontrada morta.
Após as investigações, Marcos foi preso por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) duas semanas após o crime, com apoio do Batalhão de Choque.