Jornal Midiamax

O afastamento por férias e substituição pela delegada-geral adjunta é assinada pelo secretário Antônio Carlos Videira, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de ).

No último dia 9, foi determinada a distribuição imediata pelo MPMS (Ministério Público Estadual) de uma denúncia que tem como alvo a cúpula da DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil). Segundo informação oficial do Ministério Público, o procedimento deve ser distribuído a uma das promotorias do Patrimônio Público. A expectativa é de que pelo menos um dos titulares dessas promotorias se declare sob suspeição. Atualmente, atuam como titulares os promotores Adriano Lobo Viana de Resende, Fabio Ianni Goldfinger e Humberto Lapa Ferri, da 29ª, 30ª e 31ª promotorias, respectivamente. 

A manifestação foi recebida pela ouvidoria e no mesmo dia determinada a sua distribuição. “Foi determinado o encaminhamento à Supervisão das Promotorias de Justiça Especializadas para distribuição a uma das Promotorias de Justiça com atribuição na área do Patrimônio Público e Social”, explicou a nota enviada ao Jornal Midiamax.

Ainda na quarta-feira (10), o vereador Vargas (PSD) protocolou um pedido do afastamento junto ao MPMS. Ele chegou a citar nas que Adriano não teria “condições éticas e morais para estar à frente da PCMS, pois ameaçou uma delegada que se recusou a citar nomes de investigados ligados ao jogo do bicho”.

Comissão Processante

Após o Jornal Midiamax revelar suspeitas apontadas por delegados da Polícia Civil de que implicam colegas ligados à cúpula da DGPC, o titular da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), Antônio Carlos Videira, explicou que o delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Geraldo Garcia, não poderá participar das apurações internas sobre as denúncias, já que está entre os suspeitos.

Nesse caso, Adriano está afastado das investigações, já que faz parte do processo e terá de se declarar impedido de todas as apurações feitas em relação à investigação. A Corregedoria já está em investigação e quando o relatório for remetido à DGPC, Adriano terá de remeter à Sejusp para o secretário Antônio Carlos Videira, que julgará o caso. “Não posso emitir nenhuma opinião sob pena de me declarar suspeito”, disse ainda Videira em entrevista gravada à reportagem. 

A crise

Delegados da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul suspeitam que decisões recentes do delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Adriano Geraldo Garcia, estariam ligadas à suposta tentativa de interferir na briga pelo controle da contravenção em Campo Grande. Diversos colegas confirmaram ao Jornal Midiamax que ‘estranham’ o comportamento do chefe.

A crise já causou bate-boca em reunião oficial na DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil) e os policiais temem represália por parte da cúpula.

Ao Midiamax, Adriano Garcia disse que as suspeitas são ‘absurdas’. No entanto, colegas dele confirmam que várias unidades policiais da Capital foram arrastadas para uma série de ‘batidas’ contra anotadores do jogo do bicho em bairros de Campo Grande. As ações não teriam efeito prático e teriam isolado uma força-tarefa criada desde a Operação Omertà, que atingiu a contravenção na cidade.

Inicialmente, os delegados não se incomodaram por achar que participavam de uma ofensiva concentrada da Polícia Civil contra o jogo do bicho na Capital de MS. Mas, estranharam ao descobrir que as batidas foram organizadas em paralelo à atuação da força-tarefa após delegados supostamente terem mantido sob sigilo informações que investigados teriam tentado acessar através do delegado-geral da PCMS. 

“Tirar equipe de uma especializada dos trabalhos cotidianos para isso isolando os colegas que estavam mais inteirados sobre o assunto é, no mínimo, estranho”, confirmou um delegado à reportagem. Os delegados que integram a força-tarefa não quiseram se manifestar.

No alvo, só ‘peões’ da contravenção

Diversas unidades especializadas passaram a ser convocadas para as batidas, sempre às quintas-feiras. Porém, o foco dos ‘arrastões’, que ganharam nome de Operação ‘Deu Zebra’, ficou apenas nos anotadores e recolhedores de apostas, ou seja, a ‘ponta fraca’ do negócio.

Rapidamente, policiais mais experientes passaram a alertar os delegados de que supostamente estariam sendo usados para prejudicar ou ajudar envolvidos na verdadeira briga para assumir o controle da contravenção em Campo Grande.

A suspeita é de que as apreensões de bancas e prisões dos anotadores, conduzidas à margem das investigações oficiais originadas com a Operação Omertà, poderiam facilitar a liberação de espaço para um ou outro grupo contraventor.