“Cobro menos que uma caixa de cerveja”: morte no Tijuca teria sido encomendada por traficante
O motivo da execução de Luiz Felipe da Silva, de 22 anos, morto com mais de 20 tiros no Jardim Tijuca nesta quarta-feira (31) pode ter sido encomendada pelo traficante de drogas da região. Testemunhas que estavam com ele na hora em que os disparos foram feitos, conseguiram correr, se escondendo um atrás do sofá […]
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O motivo da execução de Luiz Felipe da Silva, de 22 anos, morto com mais de 20 tiros no Jardim Tijuca nesta quarta-feira (31) pode ter sido encomendada pelo traficante de drogas da região. Testemunhas que estavam com ele na hora em que os disparos foram feitos, conseguiram correr, se escondendo um atrás do sofá e outro atrás da residência.
As duas testemunhas prestam depoimento na 6ª Delegacia de Polícia, ainda nesta tarde. Segundo o delegado Mikaill Faria, a suspeita dada por ambos é de que a vítima estaria vendendo drogas na região, “disputando” o comércio com um traficante. Este, não teria gostado de saber que Luiz vendia droga sem comprar dele.
O adolescente, que tem 15 anos, disse que está preso, mas continua comandando a venda de entorpecentes na região. No momento do assassinato, ele relatou que estava com Luiz e outro rapaz na casa, quando “um homem ‘gordinho’ chegou e pediu uma paradinha (sic)”. O suspeito dirigia um veículo Fiat Uno de cor cinza, segundo o adolescente, e desceu do carro já fazendo os disparos.
A testemunha contou que conseguiu correr para atrás do sofá, na tentativa de se esquivar dos disparos, mas ainda foi atingido de raspão em uma das mãos. Por fim, ele relatou que o traficante teria dito que “o valor para matar Luíz seria menos de uma ‘caixinha’ de cerveja (sic)”. O outro rapaz teria conseguido se esconder na parte de trás do imóvel. Ao sair de trás do sofá, o adolescente já teria encontrado Luíz morto, e ainda alegou que dois dos ocupantes do carro “deram um confere (sic)” na vítima, para terem certeza de que estava morto.
Em depoimento, as testemunhas ainda afirmaram que a casa teria sido alugada por Luiz para vender drogas, e a “boca” do traficante era conhecida pelos moradores da região como “ninguém mexe (sic)”. Contudo, a madrasta do rapaz, que compareceu no local, disse que ficou sabendo que o enteado havia comprado o terreno.
Passagem por furto de “tv devolvida”
Segundo a polícia, foi Luiz quem cometeu furtos em fevereiro no Ramez Tebet e Nova Lima. Após ser identificado pelas equipes da 6ª Delegacia de Polícia Civil, ele se arrependeu e comprou uma televisão nova para uma das vítimas, avaliada em R$ 2 mil, parcelada em 10 vezes. Ele chegou a se apresentar na delegacia no dia 5 de março.
Como a casa não tem muros, apenas uma cerca baixa, os suspeitos teriam se aproximado pela frente e começado a atirar. Assim, rodearam a residência, que fica em uma esquina, até chegarem bem perto da vítima. A princípio pela contagem das capsulas deflagradas no local, de calibre .380, foram pelo menos 20 disparos feitos.
Afastado da família
Madrasta de Luiz, uma mulher de 33 anos que não será identificada, afirmou que o jovem teve envolvimento com “más companhias” durante parte da adolescência e que isso pode ter influenciado na decisão dele de cometer delitos.
Filho de mecânico, Luiz seguiu a profissão do pai e exercia a função até hoje. No entanto, a ida para o interior do Estado para morar com a mãe, que se separou do pai há vários anos, fez com que os laços do então adolescente com a família ficassem fragilizados.
“A gente achava que ele tinha saído do crime. Tinha muitas más companhias”, conta a madrasta, ainda abalada pela morte do enteado.
A notícia sobre a morte de Luiz, que ainda não foi esclarecida pela polícia, chegou rapidamente para a família, que morava perto do jovem, apesar de não manter contato diário com ele. “A casa era dele, ele tinha comprado”, relata a madrasta a respeito do local onde o corpo do jovem caiu, atingido por vários tiros. Pelo menos 16 disparos foram feitos em direção do rapaz.
Ao lado de Luiz estava uma moto de 600 cilindradas que segundo parentes pertencia ao jovem. Segundo a polícia, não há registros de furto ou roubo do veículo. Perícia será feita na moto para identificar pistas que possam levar ao autor do crime.
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