Durante os cinco dias de operação Ouro Branco, deflagrada pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), foram cumpridos 62 mandados de busca e apreensão e de prisão. A operação ocorreu entre os dias 18 e 22 deste mês.

As investigações começaram há 1 ano, quando os policiais passaram a fazer o monitoramento da remessa de cocaína da Bolívia para ser distribuída em Campo Grande, por membros da organização criminosa que fazia a lavagem de dinheiro, além de agiotagem. No total, foram apreendidos nestes cinco dias de operação: 239 quilos de cocaína, 10 armas, 200 quilos de explosivos, 20 veículos, 110 pacotes de cigarros; além de R$ 42 mil em espécie. 

Também foram presas 21 pessoas, entre elas um policial militar. 

PM e agente penitenciário presos

Oito pessoas foram presas, incluindo um agente penitenciário, um policial militar e um interno do Presídio de Segurança Máxima, acusados de participação em um esquema que ‘abastecia’ a unidade de Campo Grande com drogas. Entre os presos, estão cinco homens e três mulheres — uma delas, esposa do interno. 

A entrada de maconha e cocaína no presídio funcionava com o interno saindo da unidade “escoltado” pelo agente penitenciário e pelo policial militar. O detento puxava uma estrutura onde era instalado o contêiner com lixo até o lado externo. O preso “trocava” parte dos resíduos por tabletes de droga, escondidos nas bordas, tomando o cuidado de deixar parte deles, a fim de mascarar o cheiro. O procedimento durava pelo menos 1 hora.

A esposa do preso, que morava perto da Máxima, localizada no Bairro Noroeste, junto a outras três mulheres, era responsável por ‘abastecer’ o contêiner que ficava do lado de fora. Elas eram avisadas por ligação, feita pelo interno, de quando um novo carregamento da droga chegaria. Pelo serviço, a esposa do preso recebia R$ 1 mil.

Já o policial militar fazia a vigilância do presídio e garantia o funcionamento do esquema. Foram apreendidos cinco celulares e R$ 70 mil em espécie. Além da droga, também eram ‘transportados’ celulares e bebida alcoólica.

Equipe de investigação da Denar descobriu que, após o ‘sucesso’ do transporte da droga, o interno saía, junto aos policiais, para almoçar em um restaurante próximo ao presídio. O esquema era feito três vezes por semana. Os autores foram presos em flagrante e vão responder por tráfico e associação para o tráfico, além do policial e do agente, por prevaricação imprópria.