Antes de se internar em clínica, namorado diz que roubava com Anderci para comprar cocaína

Na véspera da intimação para prestar depoimento novamente na delegacia, testemunha foi internada para reabilitação

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O advogado do namorado da professora Anderci da Silva, de 44 anos, teve de remarcar o depoimento de seu cliente, que estava previsto para a última terça-feira (20). Um dia antes, ele entrou em contato com a família e foi informado de que o rapaz havia sido internado para tratar do vício de uso de entorpecentes. O homem é a principal testemunha da morte dela, ocorrida no dia 21 de fevereiro.

O advogado Jean Carlos Cabreira disse ao Jornal Midiamax que a família havia internado o então namorado de Anderci por ele ter apresentado “comportamentos de irritabilidade e abstinência”. Segundo ele, seu cliente é dependente químico e a ausência de apresentação para depor foi justificada na delegacia responsável, a 2ª Delegacia de Polícia da Capital.

“Fomos hoje para justificar a ausência dele, inclusive apresentamos a declaração de internação. Agora aguardamos uma nova data de oitiva. Até pelo estado dele, pela sua saúde mental, ele não teria condições de depor”, explica.

Segundo Cabreira, seu cliente e a professora “faziam uso de pasta-base de cocaína e cocaína”. O namorado de Anderci chegou a relatar para o advogado que, no dia do crime, o casal praticava roubos para “alimentar o vício, e também fazia uso de entorpecentes naquela ocasião”.

Ainda segundo ele, a suspeita do roubo foi uma das versões apresentadas no decorrer das investigações. O namorado de Anderci seria ouvido como testemunha do crime. “No início foi tratado como feminicídio, mas hoje já se tem notícia de que ela foi baleada durante uma tentativa de roubo, que os dois faziam para angariar fundos para sustentar a dependência”, finaliza o advogado.

Novo depoimento

O projétil que atingiu a professora e culminou em sua morte, também deve passar por nova perícia. Quando as investigações ainda eram conduzidas pela 3ª Delegacia de Polícia, o companheiro de Anderci prestou depoimento inicial. O caso foi encaminhado para a 2ª Delegacia. Isso porque a professora foi deixada por uma caminhonete – que seria diferente do veículo acertado pelos disparos, um VW Gol – em um hospital particular da cidade. Após a confirmação do local onde o crime ocorreu, constatou-se que a região era de responsabilidade da 2ª DP.

Conforme informações obtidas pelo Jornal Midiamax, a Polícia Civil já confirmou que o casal estava furtando uma bicicleta no momento do crime. As alegações foram coletadas pela polícia a partir de relato do namorado de Anderci, que participava junto com ela. Outra declaração que será confirmada nesse novo depoimento, é sobre possíveis ameaças de morte que ele fazia para Anderci durante o relacionamento.

O carro também estava com vestígios de sangue e uma perfuração localizada no porta malas, na região do banco traseiro, onde estaria a vítima. A princípio, também é descartada a hipótese de que o disparo teria sido feito de dentro do veículo. A professora foi atingida nas costas.

Deixada em Hospital

De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na época, Anderci foi deixada em um hospital particular da Capital por uma caminhonete prata, com um ferimento nas costas, causado por arma de fogo.

Boletim médico divulgado neste domingo (21) durante o dia informava que a professora estava em estado grave e que ela teve uma queda na pressão arterial, “chegando quase a zero”. A atualização, datada com a hora de 12h51, constava como paciente “com alta chance de falecer nas próximas 24h”.

A comoção dos amigos tomou contas das redes sociais após a notícia do falecimento. “É assim que vou sempre me lembrar da amiga Anderci da Silva: muher forte, guerreira, lutadora, professora, sindicalista, cutista, petista, mãe, amiga…”, escreveu uma. “Perdi uma grande amiga, parceira de lutas e companheira de caminhada. Você nos deixou e agora fica um vazio”, postou outro.

Conteúdos relacionados

rapaz esfaqueado na orla
jovem pacote conteudo adulto
enfermeira denuncia paciente f