Após uma mulher de 19 anos sofrer assédio sexual recebendo uma proposta indecente como pagamento para compra de gás, em um site de compra e venda de produtos, a polícia alerta: não existe anonimato na . Geralmente os autores dos crimes são identificados e punidos. A orientação é de que a vítima não deixe de registrar boletim de ocorrência.

Nesses casos, o delegado da Devir (Delegacia Virtual), Juliano Cortez Toledo Penteado, explica que a importância desse registro. “A partir dele é possível se chegar a autoria, mesmo que esse criminoso tenha criado um perfil falso”.

Para se ter uma ideia, de março a junho do ano passado, a delegacia registrou 1.243 infrações penais praticadas por meio da internet. Em 2019, nesse mesmo período foram 967 infrações.

O delegado ainda explica que os criminosos, na maioria das vezes em crimes de , se utilizam de sistemas informatizados para tentar se camuflar. Os métodos de investigação não são detalhados, porém ele afirma: “ele pode tentar se ocultar, mas é possível chegar a autoria”, afirma.

As delegacias especializadas, dependendo de cada caso, ficam responsáveis pela investigação e contam com o apoio da Devir. “É importante dizer que o crime virtual em si é, por exemplo, a invasão de dispositivo informático, no entanto, a internet é só um meio para que os criminosos se utilizem para praticar um crime”, destaca Cortez. Por isso, a importância do registro da ocorrência.

No caso do gás citado acima, a vítima desabafou nas redes sociais, através da página Onde Não Ir em Campo Grande, relatando a indignação do ler a mensagem enviada pelo vendedor. “Estava procurando um botijão de gás completo, vi o anúncio no dele, mandei mensagem. E ele mandou aquilo nojento. Eu fiquei horrorizada “, disse a jovem ao jornal Midiamax.

Outro caso

Em agosto do ano passado, um funcionário de pet shop, localizado na região central de , foi demitido após importunar cliente por . A decisão da empresa aconteceu depois que a cliente denunciou o ocorrido e outra vítima também apareceu.

Anonimato na internet é mito e polícia alerta para que vítimas de assédio virtual denunciem
Funcionário pegou número de cliente de pet shop para enviar mensagens de número pessoal | Foto: Reprodução/

Conforme a jovem relatou, ela precisou ir até o estabelecimento comprar um medicamento para a cadela e ao entregar a receita ao vendedor, ele disse que não teria o remédio naquele momento e pediu o telefone para entrar em contato posteriormente.

No mesmo dia, o vendedor encaminhou uma mensagem pelo aplicativo falando que iria solicitar o medicamento e que chegaria na mesma semana. A estudante relata que depois que a conversa iniciou, o funcionário alterou a foto do ícone do aplicativo mostrando a região íntima coberta. A partir de então, ela decidiu tomar satisfações com a empresa e cobrar uma punição.

Após reclamar com a empresa, a estudante teve como resposta de que o homem seria ‘imediatamente advertido’, mas não especificou à ela qual medida seria exatamente tomada. Após o ocorrido, a jovem publicou o relato no grupo do ‘Aonde Não Ir em Campo Grande’, com mais de 122 mil pessoas, e uma nova cliente importunada surgiu.

A jovem explicou ainda que ficou ainda mais abalada após uma postagem da proprietária da empresa, que dizia: “Caso a senhora não tivesse olhado para a foto do funcionário, não teria sequer se ofendido, já que ele não mandou fotos para ela ou verbalizou qualquer insinuação de assédio”.