Nesta sexta-feira (21), réus pelo homicídio de Hailton Francisco da Conceição, de 19 anos, o ‘Homem-Aranha’, foram a júri popular. O crime aconteceu em dezembro de 2015, quando o primo de Hailton, Lindomar Francisco da Conceição Pereira, 28 anos, teria atirado na vítima com ajuda do amigo Ricardo Faustino da Silva Junior, 26 anos.
Segundo apontado pela denúncia, no dia anterior ao crime Lindomar e Hailton teriam se desentendido, entrando em luta corporal. Já no dia 3 de dezembro de 2015, eles se encontraram e Ricardo sacou o revólver, tentou atirar, mas a arma falhou. Ele então entregou a arma para Lindomar e o incentivou, dizendo “atira”.
Hailton tentou fugir e foi atingido por um tiro nas costas. Ele chegou a ser socorrido por uma testemunha, que no caminho também encontrou com equipe da Polícia Militar e relatou os fatos. Mesmo assim, o rapaz não resistiu ao ferimento e morreu no hospital.
Os jurados entenderam que Lindomar e Ricardo agiram em legítima defesa, após tese apresentada pelo defensor público Rodrigo Stochiero. Também foi reconhecido privilégio do domínio da violenta emoção, após injusta provocação da vítima. Com isso, o conselho de sentença decidiu por absolver os réus.
No entanto, os dois foram condenados pelo porte ilegal de arma de fogo. Lindomar foi condenado a 2 anos e 6 meses e Ricardo a 2 anos e 4 meses. Os dois cumprirão regime inicial aberto e já respondiam ao processo em liberdade.
Homem-Aranha
Em maio de 2015, Hailton, então com 18 anos, foi preso após ter fugido do Ptran (Presídio de Trânsito). Ele fugiu em janeiro, pulando o muro de aproximadamente 10 metros, e foi detido no dia 29 de maio.
Militares faziam rondas nas proximidades da Favela Cidade de Deus, quando receberam denúncias de populares sobre o paradeiro do fugitivo. De acordo com os militares do Pelotão das Moreninhas, Hailton estava dormindo em um barraco.
O suspeito, ao perceber que os policiais se aproximavam do imóvel, tentou fugir, mas foi cercado pelos militares e detido. Hailton cumpria pena pelo crime de roubo, quando fugiu do presídio. “Dei três pesadas no muro, me apoiei no bloqueador de celular e daí saí de lá facinho”, disse.
O rapaz tinha passagem pelos crimes de tentativa de homicídio, roubo, furto qualificado e invasão de patrimônio público.
