Morto em confronto com a Polícia Civil na área rural de Lagoa de Pedras (RN) na tarde de segunda-feira (14), José Moreira Freires, 47 anos, o ‘Zezinho', usava uma pistola roubada da polícia daquele Estado. Ele já era investigado há aproximadamente uma semana e teria sido contratado para executar uma autoridade pública.

Conforme as informações da Deicor (Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado), responsável pela ação, Zezinho usava uma pistola com registro de roubo. A arma era registrada da Polícia Civil do . Além disso, em aproximadamente dois meses que esteve naquela região, teria construído um laboratório de crack.

VÍDEO: pistoleiro morto em confronto usava arma roubada da Polícia Civil do RN
(Foto: Divulgação, PCRN)

Localizado, José teria reagido à abordagem e acabou morrendo em troca de tiros com a polícia. As investigações apontaram que ele estaria no Rio Grande do Norte para realizar um ‘serviço'. Ele teria sido contratado e receberia aproximadamente R$ 200 mil para assassinar uma autoridade daquele Estado. Ainda não há detalhes de quem seria, mas a princípio pode se tratar de um promotor ou juiz.

José usava documentos falsos quando foi encontrado. Ele estava foragido desde setembro de 2019, quando foi alvo da primeira fase da Operação Omertà. Zezinho é apontado como da investigada no âmbito das operações e estaria ligado a várias execuções em Mato Grosso do Sul.

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Zezinho era acusado de participar da execução do delegado Paulo Magalhães, ocorrida em junho de 2013, na Rua Alagoas, em . Ele chegou a ser condenado a 18 anos e seis meses de prisão, mas fugiu. A ele também era atribuída a morte do estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, assassinado a tiros por engano no ano passado, no lugar do pai, o ex-capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier.

Nestes dois crimes, Zezinho teve ajuda de Juanil Miranda Lima, também ex-guarda municipal. Ambos estão entre os mais procurados do país conforme o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), e tiveram os nomes encaminhados para inclusão na lista vermelha da Interpol, para que pudessem ser presos por qualquer força policial do país em que estivessem.

Omertà

A Operação Omertà teve a primeira fase deflagrada em setembro de 2019, para desarticular organização criminosa ligada a execuções em Campo Grande, liderada supostamente por Jamil Name e Jamil Name Filho. A ação foi desencadeada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual. A operação teve mais cinco fases e a última delas, realizada recentemente, atingiu o jogo do bicho.