A colocou todas as unidades em alerta após a fuga do narcotraficante Gerson Palermo, de 62, um dos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital) condenado a mais de 100 anos de prisão. Ele havia sido beneficiado com prisão domiciliar e aproveitou para fugir. Conforme apurado, todas as unidades especializadas, bem como batalhões do interior e equipes que atuam nas rodovias foram informadas e intensificaram as abordagens. Além disso, força-tarefa com outras forças de segurança trabalha com informações de inteligência para tentar localizá-lo.

O criminoso fugiu na noite de quarta-feira (22), após ter a revogada a prisão domiciliar, que havia sido concedida anteriormente. Ele estava na casa da esposa quando fugiu por volta das 20h40, quebrando a tornozeleira eletrônica que auxiliava no monitoramento. A suspeita é de que ele tenha ido para a já que teria uma casa em . Antes, ele cumpria pena no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, em .

A revogação da prisão domiciliar foi assinada pelo desembargador Jonas Hass Silva que manteve a prisão de Gerson Palermo, que havia conseguido a prisão domiciliar no plantão do judiciário na terça-feira (21), beneficiado pela recomendação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que orientava sobre a liberação de presos em grupo de risco.

Hass alegou a falta de laudo pericial médico atestando que o réu tem alguma doença, além de se tratar de um preso de alta periculosidade e que Palermo será isolado da massa carcerária e por fim sua pena ultrapassa 100 anos, o que não é recomendado a prisão domiciliar.

Chefão do PCC

Gerson Palermo, chefe de célula do PCC (Primeiro Comando da Capital) que operava tráfico internacional de se apresentava como comerciante informal de luxo para venda de aeronaves e caminhões. Além disso, contava com rede de falsários para executar desvio de bens e lavagem de dinheiro.

Gerson foi investigado no âmbito da operação All In, deflagrada em março de 2017 pela Polícia Federal e que resultou na apreensão de duas remessas de mais de 800 quilos de cocaína em Cubatão (SP) e São Paulo (SP).

Durante as investigações, foi descoberto que o PCC teve à disposição pelo menos três aeronaves e cerca de 15 caminhões e carretas, além de vários veículos de passeio, todos oriundos de rendimentos do tráfico de drogas e registrados em nome de laranjas. O grupo ocultava e dissimulava a posse dos bens.

Gerson, por sua vez, se passava por comerciante informal de caminhões e aeronaves, desfrutando de alto padrão de vida sem que tivesse, de fato, qualquer bem em seu nome. Ele determinava a troca frequente da propriedade formal dos caminhões e aeronaves, tanto que o grupo tinha alguns de seus integrantes exclusivamente dedicados à compra, venda e transferência de bens.

Eles contavam também com despachantes, incluindo despachantes aeronáuticos, e tinham acesso a uma rede de falsários dedicada a obter documentos ou até empreender falsificações, justamente para dinamizar os atos de lavagem de ativos. Para legitimar a movimentação de lucros do tráfico, usavam contas correntes de seus próprios integrantes, familiares, amigos, conhecidos e mesmo empresários próximos, fragmentando as transferências em depósitos múltiplos, a fim de evitar os mecanismos de detecção de movimentações bancárias suspeitas.

Visando blindar as comunicações vinculadas ao tráfico, o PCC contava também com terminais telefônicos registrados em nome de terceiros (sem qualquer relação com os fatos), com a troca constantes destes mesmos números, com a preferência por realizar contatos por aplicativos ou chamadas audiovisuais e a utilização de códigos e apelidos.