A Operação Além-Mar, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular esquema de tráfico internacional de drogas com ramificação em Mato Grosso do Sul, apreendeu cinco aeronaves e sufocou a logística de tráfego aéreo da organização. O objetivo da ação, mais do que apreender drogas, é confiscar bens para inviabilizar que a atividade criminosa prossiga.

Ao todo, foram apreendidos três helicópteros e dois aviões, bem como três embarcações, 55 veículos, 52 HDs de computador, 74 celulares e R$ 361 mil. Também foram cumpridos 33 mandados de prisão e 139 de busca e apreensão. Em Mato Grosso do Sul foram 14 mandados, dos quais 11 de busca e três de prisão, com alvos em , e .

A operação foi coordenada pela PF do Pernambuco e, além deste estado e do MS, também houveram trabalhos no Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.

Foi determinado o de 35 imóveis urbanos e rurais ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio judicial do valor de R$100 milhões. Participam da ação por aproximadamente 630 policiais federais. Quatro organizações autônomas, atuando em conexão, viabilizaram o esquema de tráfico internacional.

Toneladas de foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal (RN). A primeira célula do grupo, estabelecida em São Paulo (SP), articulava a importação de cocaína através da fronteira do Brasil com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de São Paulo e distribuindo-a no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa.

A segunda, organização, com sede em Campinas (SP), parceira da anterior, recebia a cocaínapara distribuição interna e para Cabo Verde e Europa.

A terceira, estabelecida em Recife (PE), é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.

A quarta parte da organização criminosa, estabelecida na região do Brás, em São Paulo (SP), atuava como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias  para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior.

Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre esses presos estava Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira.