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Polícia

Delegado preso na Omertà tinha fuzil e mais de 700 munições em sala privativa do apartamento

Durante as buscas feitas na casa do delegado da 2º Delegacia de Polícia Civil, Márcio Shiro Obara, que acabou preso nesta quinta-feira (18), foram encontrados pelos policiais, munições de diversos calibres de fuzis e um fuzil .556, que o policial escondia em sua casa e em uma sala privativa usada por ele, em um anexo […]
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Durante as buscas feitas na casa do delegado da 2º Delegacia de Polícia Civil, Márcio Shiro Obara, que acabou preso nesta quinta-feira (18), foram encontrados pelos policiais, munições de diversos calibres de fuzis e um fuzil .556, que o policial escondia em sua casa e em uma sala privativa usada por ele, em um anexo na delegacia. O armamento era de origem estrangeira e foi apreendido durante a deflagração da terceira fase da Omertà.

O armamento foi encontrado no apartamento de Obara, na Avenida do Poeta. Lá, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) acabou encontrando um fuzil .556 e diversas munições de fuzis de origem estrangeira e sem documentação. Após o armamento ser encontrado foi descoberto pelos agentes, que o delegado tinha uma sala privativa na delegacia onde era titular. No gabinete dele nada foi encontrado, quando os agentes estiveram pela primeira vez na delegacia.

Já em buscas na sala privativa de Obara, quando novamente os agentes voltaram ao prédio da delegacia, foram descobertas mais 775 munições de fuzis de cinco calibres diferentes, sendo todos de origem estrangeira. O delegado que já tinha um mandado contra ele acabou sendo preso em flagrante pelo armamento encontrado.

Suspeita de propina

O delegado era investigado desde a deflagração da primeira fase da Omertà, em setembro de 2019, por suspeita de receber propina de R$ 100 mil para não investigar a execução de do policial da reserva e chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Figueiredo, em junho de 2018. Figueiredo teria sido executado em Campo Grande em vingança pela morte de Daniel Alvarez Georges, 43 anos, filho de Fahd Jamil.

O chefe de segurança do Legislativo de Mato Grosso do Sul foi acusado de ‘sumir’ com Daniel em maio de 2011 e o corpo nunca foi localizado. As investigações também se deram depois do assassinato de Matheus Coutinho que acabou morto em frente de sua casa com tiros de fuzil, em abril de 2019.

Fuzis das Filipinas, México e Estados Unidos

Em agosto de 2019, laudos da PF (Polícia Federal) indicaram que que o arsenal apreendido em uma casa no bairro Monte Líbano, em Campo Grande, em maio deste teria vindo de três países, México, Filipinas e Estados Unidos da América.

Segundo o laudo da Polícia Federal expedido na época, os 100 cartuchos de munições calibre .38, de marca de fabricação Winchester teriam vindo dos Estados Unidos da América, mais 100 cartuchos de munições calibre .22 long das Filipinas e 50 cartuchos de munições .38 do México, e 31 munições calibre .380 da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos).

Na época da análise, não teria sido possível o levantamento de fragmentos de impressões digitais em condições suficientes para confronto com os fragmentos encontrados nas cenas dos assassinatos de Ilson e Matheus Coutinho.

Omertà

Fase I – Na primeira fase da Omertà, o empresário Jamil Name, Jamil Name Filho, além de policiais civis e guardas municipais foram presos por suspeita fazerem parte de suposta milícia armada. As investigações tiveram início em abril de 2019, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.

Fase II – Na segunda fase da , em março de 2020 foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em cinco cidades de Mato Grosso do Sul e em João Pessoa, na Paraíba. Em seguida, foi deflagrada nova fase após descoberta de suposto plano contra autoridades, entre elas promotor de Justiça do MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) que atua no Gaeco.

Prisões Fase III

O objetivo da terceira fase da Omertà foi de desbaratar organização criminosa atuante em Mato Grosso do Sul, especialmente na região de , dedicada à prática dos mais variados crimes. Segundo o Gaeco, são crimes como tráfico de armas, homicídios, e lavagem de dinheiro. Com isso, foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, , Ivinhema e, com o apoio do Gaeco de , em Peruíbe.

Foram presos: Benevides Cândido Pereira, o Benê, o investigador da Polícia Civil Célio Rodrigues Monteiro, o Manga Rosa, Cinthya Name Belli, também policial civil Frederico Maldonado de Arruda, o Fred, Elvis Elir Camargo Lima, o ex-deputado estadual e conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) Jerson Domingos, Lucas Silva Costa, o Lukinhas, Lucimar Calixto Ribeiro, o Mazinho, o delegado da Polícia Civil Márcio Shiro Obara, Rogério Luis Phelippe e Rodrigo Betzkowski de Paula Leite, o Rodrigo Patron, todos estes alvos de Campo Grande.

Em Ponta Porã foram alvos: Fahd Jamil, o Fuad, o filho dele Flávio Correia Jamil Georges, o Flavinho, Melciades Aldana, o Mariscal, Marco Monteoliva (que estaria agora em São Paulo) e Thyago Machado Abdulahad (que estaria em Ivinhema). Mandados de prisão temporária foram expedidos contra Davison Ferreira de Farias de Campos e Paulo Henrique Malaquias de Souza, em Campo Grande. O Gaeco ainda não divulgou o balanço completo das prisões, mas sabe-se que além dos investigados na primeira fase da Omertà, foram por enquanto presos Obara e Jerson Domingos.

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