A Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente, da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional (OAB/MS) em Três Lagoas, acompanha o caso do assassinato de uma criança de 10 anos de idade em , a 284 quilômetros de Campo Grande. A acusada de cometer o crime é a própria mãe da vítima, uma mulher de 30 anos, que teria obrigado o outro filho de 13 anos, a ajudar no assassinato.

O advogado Gustavo Gottardi, presidente da subseção de Três Lagoas afirmou que acompanha a apuração do caso e elogiou o trabalho policial. “O mundo está passando por um processo em que a vida, a solidariedade e a fraternidade nunca estiveram tão evidentes, e ver um crime dessa natureza, com os requintes de crueldade com que fora cometido, pela própria mãe da vítima, é inadmissível. A OAB aproveita a ocasião e agradece ao delegado Thiago Passos por todas as informações prestadas e a forma rápida e eficaz com que solucionou o caso”, destacou Gottardi.

Já o presidente Comissão, Elton Nasser definiu o caso como um crime bárbaro e afirmou que a instituição auxiliará no que for preciso. “Trata-se de um crime bárbaro. Vamos acompanhar e auxiliar nos trabalhos dentro do que for possível. O direito fundamental à vida de uma criança, garantia constitucional, foi claramente violado”, disse Elton.

Crime

Tudo começou após a mãe ir até a delegacia de Brasilândia durante a noite do último sábado (21) e registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento da filha. No entanto, na mesma noite, ligou para a polícia, informou que teria matado a menina e iria se entregar. Após trabalho das autoridades policiais, o corpo da menina foi localizado próximo ao lixão, com várias lesões que indicavam tortura. De início, a mãe contou que agiu sozinha.

Para a polícia, o irmão de 13 anos contou que o crime ocorreu porque a menina relatou que vinha sofrendo abusos sexuais por parte do marido da mãe. Após ser questionado na presença do Conselho Tutelar de Brasilândia, o irmão ainda confirmou que ajudou a mãe a cometer o crime. Ele estava com arranhões nas pernas e contou detalhes à polícia.

Conforme a versão, a mãe teria derrubado a filha no chão e envolvido o pescoço dela com fio elétrico. O menino ainda disse que a irmã pedia para não morrer, mas não foi ouvida. A mãe, com ajuda do filho, colocou a menina, ainda viva, dentro de um buraco. A criança morreu asfixiada, conforme apontou lado pericial.

A menina já teria relatado que vinha sendo abusada pelo padrasto. A mulher nega que matou por causa do abuso – que ainda será investigado -, e diz que agiu em um momento de raiva. Ela e o marido foram presos. O homem deve ser ouvido durante essa semana. O menino foi encaminhado para uma (Unidade Educacional de Internação).