Mulher de 20 anos que havia denunciado o ex-marido, de 26, por estuprá-la e por ameaçar matar o filho do casal, de apenas dois anos, mudou a versão dos fatos. Em novo depoimento prestado à Polícia Civil de Costa Rica, a 384 quilômetros de Campo Grande, a vítima confessou que mentiu em parte da história. Ela manteve as alegações sobre o estupro, mas disse que o marido não ameaçou a criança.

Além disso, de acordo com o delegado Cleverson Alves dos Santos, a mulher afirmou que foi orientada a mentir por um advogado. “O depoimento dela foi gravado e vou encaminhar à OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] para apurar a conduta deste advogado. Ela também pode responder por denunciação caluniosa. As investigações continuam”, disse Cleverson.

Conforme já noticiado pelo Midiamax, a jovem contou que se separou do ex e os dois disputam agora pela guarda do filho. No último sábado (16), o rapaz teria buscado a criança para passar o fim de semana com ele. Ainda no mesmo dia, ele entrou em contato com a mãe, afirmando que a criança seria internada no hospital do município e ele precisaria dos documentos. 

Ele pegou os documentos com a vítima e supostamente teria ido ao hospital, mas depois ligou novamente para ela, dizendo que a criança seria transferida pra Mineiros (GO). A mãe foi se encontrar com o ex e, na frente do hospital, ele a abordou. O rapaz estava dentro do carro com o menino de 2 anos e forçou a vítima a entrar no carro, puxando ela. Ele foi até um local ermo, onde ameaçou a ex-mulher com uma arma de fogo e ainda disse que atiraria no próprio filho com a pistola se ela saísse do carro.

O rapaz chegou a estuprar a mulher perto de um córrego na cidade, a levou para casa, trancou em um quarto e novamente estuprou a vítima. Mais tarde, ele entrou em contato com a ex-sogra para afirmar que a filha e a criança estavam bem e que o menino estaria tomando soro no hospital, enquanto mantinha todos em cárcere em casa.

No dia seguinte ele ligou para a ex-sogra e disse que se a polícia fosse acionada, mataria a criança. Porém, nesta semana, ela mudou alguns pontos sobre os fatos. O delegado não comentou sobre tudo para não comprometer as investigações, mas alegou que detalhes,  como a ameaça contra o filho, não existiram. 

. “Na parte que ela conta que foi puxada, ela diz que ele estaria armado, apontou a arma pra ela e ela entrou no carro. No entanto, o filho não estava com eles naquele momento”, explicou ele, alegando que a partir do momento em que ela admite a mentira, o inquérito muda de rumo. “O problema é que diante de tais declarações, fica difícil acreditar em tudo o que ela disse. Mas o caso será apurado com rigor”. Dependendo que for concluído no inquérito, mulher e advogado podem responder por denunciação caluniosa.