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Polícia

MPF oferece nova denúncia contra Minotauro, liderança do tráfico de drogas na fronteira

O Ministério Público Federal em Ponta Porã ofereceu nova denúncia por corrupção ativa contra Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Maria Alciris Cabral Jara, conhecida como Maritê, advogada e esposa de Minotauro. A denúncia se baseia em inquérito policial que comprova o pagamento de propina a dois integrantes do Ministério Público paraguaio visando […]
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Minotauro tinha pleno controle do tráfico na fronteira. Foto: Divulgação
Minotauro tinha pleno controle do tráfico na fronteira. Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal em Ponta Porã ofereceu nova denúncia por corrupção ativa contra Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Maria Alciris Cabral Jara, conhecida como Maritê, advogada e esposa de Minotauro. A denúncia se baseia em inquérito policial que comprova o pagamento de propina a dois integrantes do Ministério Público paraguaio visando o arquivamento de investigações relacionadas a Minotauro.

Um deles, Hugo Volpe, coordenava o grupo que investigava e denunciava o em âmbito nacional no país vizinho. O outro, Armando Cantero, era o responsável pelo combate ao tráfico de drogas na região de Pedro Juan Caballero, cidade que faz com o município sul-mato-grossense de Ponta Porã (MS). Ambos eram agentes fiscais do Ministério Público do Paraguai, cargo equivalente ao de promotor de justiça no . Cada um dos agentes públicos recebeu uma caneta da marca Mont Blanc, avaliada em US$ 900, e Armando Cantero recebeu mais US$ 10 mil em dinheiro.

Inquérito policial comprovou que, imediatamente após o recebimento do “presente”, em 18 de julho de 2019, Hugo Volpe arquivou investigação contra Minotauro que apurava uso de nome/documento falso no Paraguai. A utilização de documentos falsos, com os nomes de Celso Matos Espíndola ou Mário César Medina, possibilitava que Minotauro administrasse seus “negócios” tranquilamente no país vizinho, apesar das condenações judiciais e mandados de prisão que acumulava no Brasil.

A identidade falsa em nome de Celso Matos Espíndola foi descoberta no início de 2018 pela polícia civil de Ponta Porã com auxílio de policiais paraguaios. O policial que liderava a investigação foi executado no dia 6 de março de 2018 e, a partir daí, Minotauro passou a adotar a identidade de Mário César Medina. Assim, teve início o esforço dos denunciados em arquivar procedimento aberto no MP do Paraguai para apurar essa nova identidade falsa, chegando à entrega de vantagens indevidas aos membros do Ministério Público.

O fiscal Hugo Volpe chegou a ser nomeado vice-ministro de Política Criminal do Paraguai em novembro de 2019, cargo que ocupou até janeiro de 2020, quando renunciou após a fuga de 76 presos da penitenciária de Pedro Juan Caballero. Como coordenador da Unidade Especializada na Luta Contra o Tráfico de Drogas no Paraguai, esteve à frente das maiores operações do país nos últimos anos. Além disso, coordenou a parcela paraguaia da equipe conjunta criada especificamente para tratar do caso “Minotauro”, resultante de acordo firmado entre Brasil e Paraguai. Um fato que merece ser mencionado é que, quando da celebração do referido acordo binacional, em 23 de agosto de 2019, Hugo Volpe havia acabado de arquivar uma das investigações contra Minotauro, em 18 de julho.

Entenda o caso – A quebra do sigilo telefônico dos envolvidos comprovou que a relação escusa estabelecida entre a organização criminosa e os integrantes do Ministério Público no país vizinho se deu por intermédio do advogado paraguaio Edson Francisco Sanchez Benitez. Era com ele que Maritê combinava os detalhes das tratativas a serem feitas e da consequente entrega de “presentes” aos agentes públicos. Foi Edson quem fez o contato inicial com o fiscal Armando Cantero, que ocupava cargo anteriormente preenchido por Hugo Volpe. Armando passou o contato de Volpe para o advogado e, a partir daí, bastaram poucas conversas para o agendamento da reunião que culminou com a entrega da caneta Mont Blanc a Volpe e o consequente arquivamento de uma das investigações contra Minotauro.

Eram frequentes as ligações e trocas de mensagens entre Edson e Maritê e também entre Edson e os integrantes do MP. Foi assim que o advogado escolheu, com orientação de Maritê, o modelo das canetas que seriam entregues aos fiscais e que, posteriormente, ele informaria à colega de profissão o sucesso da empreitada, com o arquivamento das investigações. As mesmas investigações resultaram em outra denúncia contra Minotauro e Maritê por corrupção ativa, com foco no oferecimento de propina a policiais paraguaios. As denúncias foram separadas a fim de garantir celeridade aos processos.

Extensa ficha criminal – Minotauro e Maritê integram associação criminosa especializada no tráfico internacional de drogas e corrupção ativa de funcionários públicos. A principal atividade da organização era a comercialização de cocaína proveniente da . A logística consistia em buscar a droga na Bolívia em aviões, descarregar em uma fazenda na região de Pedro Juan Caballero e, dali, distribuir para os mais diversos destinos nacionais e internacionais.

A Minotauro, cabia fomentar a produção e negociar a comercialização da droga em larga escala, além de comandar as relações da organização criminosa, seja através de violência e ameaças ou da “diplomacia”. Já Maritê, pessoa de confiança de Minotauro, era a gestora financeira da organização, responsável pela contabilidade, que incluía pagamentos mensais a policiais paraguaios, além da organização dos voos com carregamentos de drogas e da administração dos bens móveis e imóveis do grupo criminoso.

Minotauro encontra-se preso na Penitenciária Federal de desde fevereiro de 2019. Já Maritê encontra-se presa preventivamente na Penitenciária Feminina de Sant’Ana, em São Paulo. (Informações da assessoria)

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