Investigações da Polícia Federal apontam que Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, mais conhecido como , e a esposa Maria Alciris Cabral Jara subornaram autoridades policiais do Paraguai, incluindo da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), unidade de combate ao tráfico do país vizinho. Minotauro era traficante internacional do PCC (Primeiro Comando da Capital) e controlava a distribuição de drogas na com Mato Grosso do Sul, até ser preso no ano passado, em Santa Catarina.

Conforme perícia nos telefones e computadores do casal, a dupla articulava para saber com antecedência sobre ações policiais e tinha contato com fontes das forças de segurança paraguaias. Por meio deste “apoio”, o criminoso chegou a obter uma cédula de identidade falsa no Paraguai, meio pelo qual conseguiu se inscrever como suposto advogado. Ele ganhou forças depois que Jorge Rafaat Toumani foi morto em junho de 2016 e depois que foi expulso para o Brasil em dezembro de 2017.

O jornal ABC Color teve acesso a relatório que revela que Minotauro tinha pleno controle do tráfico, graças ao suborno dos agentes. Registros de conversas e fotografias no celular dele e da esposa ajudaram a descobrir o esquema. Também foram encontrados registros de execuções e contabilidades do tráfico. Todo o material foi encaminhado para a Polícia Nacional do Paraguai, para que sejam abertas investigações quanto ao suposto envolvimento dos agentes do país vizinho com o traficante brasileiro.

Sucessor preso

Nesta semana, após fuga de 76 presos do PCC no Paraguai, foi preso em Mato Grosso do Sul, Edson Barbosa Salinas, que na verdade é Ederson Salinas Benítez, paraguaio de 29 anos aponta como suposto sucessor de Minotauro. As investigações apontam que Salinas é responsável pelas execuções de Chico Gimenez, tio de Jarvis Pavão, e da advogada Laura Marcela Casuso. Ainda há informação de que ele era proprietário da casa onde foram presos 15 membros do primeiro escalão do PCC, comandados por Minotauro, em fevereiro de 2019.