O posto de vigilância onde estavam os militares, que monitoravam o presídio Presídio de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã, a 346 quilômetros de , estava a 100 metros do túnel que foi cavado para a fuga dos 75 membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), na madrugada de domingo (19).

O Ministro da Defesa, Bernadino Soto disse que em entrevista à rádio do site ABC Color que os militares não têm autoridade para identificar que entra e sai da penitenciária, “Para quem foge pelos túneis é outra coisa”. A entrevista foi dada na manhã desta segunda-feira (20).

Quando questionado o motivo pelo qual os militares não perceberam a fuga, o ministro não soube responder. “Eles eram responsáveis pela parte externa. Vamos ver e corrigir o que precisa ser corrigido”, disse.

A fuga foi anunciada por volta das 5 horas da madrugada de domingo (19). A princípio 75 detentos, membros do PCC, teriam fugido através de um túnel escavado de dentro da unidade até o lado de fora. Mais de 70 metros escavados, mais de 200 sacos de areia deixados em uma das celas da penitenciária e o fator mais questionado foi se nenhum agente penitenciário viu a fuga ou mesmo a escavação ou sequer suspeitou.

Com mais de 200 agentes das forças de segurança na fronteira, há suspeita de que os fugitivos possam ter para os estados de origem. Logo após a fuga, comunicada para a Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e de Mato Grosso do Sul) ainda na madrugada de domingo, equipes policiais foram enviadas para a região de fronteira, principalmente entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

Para o secretário da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, a fuga dos 75 integrantes do PCC do presídio de Pedro Juan Caballero é “a maior fuga da última década”. A declaração foi feita em entrevista coletiva na tarde de domingo (19), na sede da secretaria.

Na coletiva, o secretário explicou que está sendo feito um levantamento sobre a possibilidade de existir mandados de contra os brasileiros que faziam parte da fuga do presídio paraguaio. Tal fato entraria também em questão, já que poderiam ser realizadas duas ações na captura dos foragidos.

Lista dos fugitivos

São eles: o paraguaio Marcos Paulo Valdez Moreira, 25 anos e os brasileiros Julio César Gomes, 29 anos, Ailton Botello dos Santos 35, Felipe Diogo Fernandes Dias 25, Rafael de Souza 25, Luciano de Souza Martins, de 26 anos, Rodrigo Rocha de Araújo, 22, Renan Cantero, de 29 anos e Wilson Carlos Torres Quadros, de 37 anos.  Dois deles já haviam tentado escapar.

Na lista também consta o nome de Davi Timoteo Ferreira, que foi preso junto com um e já teria feito ameaças a juízes, promotores e jornalistas. Considerado chefe do PCC na prisão, está foragido também Osvaldo Pagliato, ele teria liderado o motim em junho de 2019 quando 10 presos foram assassinados entre a facção e o Clã Rotela.