Mesmo após sua morte, a jovem trans e advogada Alanys Matheusa, foi vítima de ataques transfóbicos nas redes sociais. O crime foi denunciado para a polícia, que já registrou boletim de ocorrência e iniciou as investigações. O caso será enquadrado como crime de racismo. “Como existiu demora em aprovar uma lei que criminalize a transfobia, o Supremo decidiu enquadrar ao crime de racismo”, explicou o delegado Bruno Urban, da 7ª delegacia de Polícia Civil da Capital.

Alanys morreu no dia 14 de abril em Campo Grande após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A morte da primeira mulher trans negra a se tornar advogada em , também tomou repercussão nas redes sociais. Diversas manifestações transfóbicas chegaram ao conhecimento do Ministério Público, que denunciou o caso para a Polícia Civil.

O delegado Bruno Urban está a frente das investigações. Ele explicou que duas pessoas são investigadas. “São dois perfis que fizeram manifestações preconceituosas contra ela. Essas pessoas serão devidamente identificadas, intimadas e indiciadas”, disse Urban.

Em junho de 2019, maioria dos ministros do Supremo votaram pelo enquadramento da homofobia e da transfobia como tipo penal definido na Lei do Racismo (Lei 7.716/1989) até que o Congresso Nacional edite lei sobre a matéria. A para o crime de racismo é de reclusão de um a três anos e multa.

Trans, advogada e negra

A jovem ganhou notoriedade nacional no último ano após ser destaque na revista Intercept Brasil como a primeira mulher trans negra a se tornar advogada em Mato Grosso do Sul.

Alanys conquistou uma bolsa de 100% do em uma de e passou na prova da OAB ainda enquanto estudava. A formatura da jovem aconteceu no fim do ano passado. A jovem já estava além de outras mulheres trans e travestis, que já tem como desafio a conclusão do e Médio.