A menina de 12 anos que foi acorrentada pelo pai continua desaparecida, e agora com o objetivo de levá-la novamente para o abrigo, em Campo Grande. O Conselho Tutelar confirmou que a adolescente fugiu nesta quinta-feira (9), e tem paradeiro desconhecido.

Mas, testemunhas disseram ter visto a menina perambulando pelas ruas do bairro Santa Emília. Ela estava abrigada desde o dia 4 deste mês, após ser retirada do convívio familiar ao contar que a mãe sabia dos maus-tratos sofridos e nada teria feito. O pai da adolescente acabou preso pelo crime.

Segundo o Conselho Tutelar, os abrigos são de responsabilidade da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), o Jornal Midiamax tentou contato com a assessoria da secretaria, mas sem sucesso até om fechamento da matéria.

A mãe da menina, que ainda será ouvida na delegacia, contou que a filha há pelo menos três anos tem tido problemas nas escolas pelas quais passou e em casa, além de já ter histórico de fugas.

De acordo com o relato da mulher, com 9 anos ela começou a faltar nas aulas, enquanto a mãe trabalhava. Na época ela ficava aos cuidados da irmã mais velha, que ao notar que o caderno da escola não tinha anotações, procurou a direção do colégio. Na diretoria, descobriu que a menina mentiu que a mãe dela tinha sofrido um acidente e estaria em cadeira de rodas para poder faltar às aulas.

A mãe da menina contou que por várias vezes a filha fugiu de casa e que chegava a ficar um ou dois dias fora até reaparecer na casa da avó, no São Conrado, ou ser encontrada na rua, pedindo comida em casas e dizendo que passava necessidades.

Entenda o caso

O pai levou a filha até o Batalhão da Polícia Militar do Coophavila no sábado (4), após contar aos militares que havia acorrentado a menina para evitar que ela se encontrasse com um namorado. No dia a adolescente teria contado ao pai que estaria grávida.

Mesmo acorrentada, a menina conseguiu fugir e foi encontrada pelo pai no cruzamento das ruas Marinha com Península, sendo levada para o pelotão policial. Os militares acionaram o Conselho Tutelar para acompanhar o caso e questionaram se a menina era agredida pelos pais, fato confirmado por ela. A menina tinha hematomas no braço e nas pernas e confirmou que foram provocados pelo pai.

A mãe da adolescente contou que que a menina fugiu na sexta-feira (3) e quando voltou para casa contou que estava grávida. O pai se alterou, mas a mãe começou a questionar a filha sobre como ela sabia que estava grávida. O fato acabou desmentido quando a menina disse que fez um teste no posto de saúde, já que o posto teria acionado o Conselho Tutelar e a família caso ela estivesse grávida.

O pai foi preso em flagrante e na segunda-feira (6) passou por audiência de custódia, sendo que a Justiça manteve sua prisão. Ele já tinha processos por maus-tratos desde 2015. O homem foi indiciado por cárcere privado e lesão corporal.