Médicos desconfiaram que mãe mentia para proteger marido agressor de menina

A desconfiança de médicos levou a polícia a descobrir que uma menina de três anos era torturada em Campo Grande. A mãe procurou atendimento para a filha que estava repleta de ferimentos, e mentiu para proteger o marido, padrasto da vítima e principal agressor. Ambos foram presos em flagrante na noite de segunda-feira (20) e […]

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A desconfiança de médicos levou a polícia a descobrir que uma menina de três anos era torturada em Campo Grande. A mãe procurou atendimento para a filha que estava repleta de ferimentos, e mentiu para proteger o marido, padrasto da vítima e principal agressor. Ambos foram presos em flagrante na noite de segunda-feira (20) e tiveram a prisão preventiva decretada pelo Judiciário.

Conforme apurado, na data dos fatos, a vítima deu entrada na UPA ( Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon com fratura exposta na perna. A mãe da menor alegou que o ferimento era resultado da queda do berço. A equipe médica, porém, desconfiou da história, principalmente porque a menina apresentava inúmeros outros machucados pelo corpo. 

A mulher foi ouvida por uma assistente social, mas se esquivava em responder perguntas sobre endereço ou sobre o homem que havia chegado com ela na UPA e pouco ido fora embora. Por este motivo, a Polícia Militar foi acionada, pois havia fortes suspeitas de que a criança vinha sendo agredida e a mãe estava tentando acobertar o caso.

Como a criança já havia sido transferida para a Santa Casa da Capital para realização de cirurgia, os policiais foram até o local e conversaram com o médico especialista que a atendeu. O profissional reiterou que as lesões apresentadas pela menor não condiziam com o relato da mãe, e apontavam, na verdade, para uma reiterada situação de violência. 

A vítima tinha escoriações no rosto e pescoço já em fase de cicatrização, lesões em diversas partes do corpo, um ferimento semelhante à queimadura na parte interna da virilha, também com sinais de cicatrização, além da fratura exposta na perna, mais precisamente no osso da tíbia, com considerável sangramento.

Os policiais então questionaram a mãe, que acabou contando que a filha era agredida pelo seu atual companheiro, o mesmo homem que a tinha acompanhado até o posto de saúde. Deste modo, a PM dirigiu-se até a casa do pai do do suspeito, onde o encontrou com seu outro enteado de apenas oito meses. Este bebê também foi resgatado e encaminhado para avaliação médica.

O homem acabou confessando as agressões. Segundo ele, as lesões na face da menina teriam sido ocasionadas quando ele bateu com o fio de um ventilador. O padrasto, porém, informou que a mãe também agredia a criança, sendo ela a responsável pelo ferimento na virilha. Em relação à fratura exposta, o suspeito negou ter sido o responsável, afirmando que saíra para trabalhar e quando retornou a menina já apresentava a lesão.

Na delegacia, a mãe confirmou que batia na filha com chinelo, mas não de maneira tão agressiva quanto seu companheiro. Em seu interrogatório, ela disse que a criança seria muito arteira, razão pela qual apanhava constantemente, tanto dela, quanto do padrasto. Um dos motivos que levaram à agressão física foi quando a menina quebrou um copo da casa. O casal foi autuado pelo crime de tortura. O juiz que decretou a prisão preventiva ressaltou que tortura equipara-se a crime hediondo, não sendo recomendável, portanto, a concessão de medida cautelar mais branda.

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