Enquanto aguarda julgamento de pedido de habeas corpus, o coronel Kleber Haddad Lane passa pelas primeiras audiências de instrução do processo. Ele está preso desde o dia 15 de maio, quando foi realizada a Operação Avalanche, terceira fase da Oiketicus que investiga suspeitos de integrarem a ‘máfia dos cigarreiros’.

Segundo o advogado de defesa do coronel Haddad, José Roberto Rodrigues da Rosa, o pedido de habeas corpus está temporariamente suspenso. Isso porque houve conflito de competência, então foi feito questionamento ao Judiciário. Enquanto não há manifestação, o procedimento aguarda suspenso.

Enquanto isso, ocorrem as primeiras audiências de instrução da Operação Avalanche. Na tarde desta terça-feira (21) passa por audiência o tenente-coronel Erivaldo José Alves. Já para os dias 23 e 28 estão agendadas as audiências do coronel Haddad.

Operação Avalanche

Os mandados foram cumpridos em 15 de maio, em Campo Grande, Coxim, Sidrolândia, Naviraí, Aquidauana e Dourados. A princípio, todos os alvos da operação que resultou em sete prisões tinham bom trânsito político, salários mensais na faixa dos R$ 20 mil e posições de comando na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).

Marcadas primeiras audiências de coronel preso em operação contra máfia dos cigarreiros
O ex-comandante do DOF, Kleber Haddad, foi preso na deflagração da Operação Avalanche

Assim, foram presos o ex-comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) Kleber Haddad Lane, tenente-coronel Carlos da Silva, tenente-coronel Wesley Freire de Araújo, tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, major Luiz César de Souza Herculano, tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima e tenente-coronel Erivaldo José Duarte.

Conforme o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a operação foi um desdobramento da Oiketicus, que investiga a máfia dos cigarreiros. Só na primeira fase, em 2018 foram presos 29 policiais, denunciados por corrupção passiva e organização criminosa.

As investigações tiveram início em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando. Isso era feito mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos. A princípio, os cigarreiros estariam agindo associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas.