O tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, que foi preso durante a deflagração da Operação Oiketicus, em 2018 teve uma nova condenação por corrupção. A condenação veio pela 3º Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Na época da operação 29 militares acabaram presos.

A decisão de nova condenação veio depois do acolhimento de manifestação do Ministério Público Estadual, que acabou condenando o militar a quatro anos e noves meses de prisão em regime semiaberto por corrupção passiva. Decisão proferida no dia 14 deste mês.

Em junho de 2019, o oficial conseguiu a liberdade depois de vários recursos na Justiça, mas em seguida teve o pedido indeferido e a o pedido de prisão feito novamente. Na época, a defesa do tenente-coronel alegou que o militar recebia ajuda, na verdade, do irmão que tinha melhores condições e vivia em Rondônia, e por isso, o padrão de vida alto.

Este irmão enviaria quase que mensalmente valores em média de R$ 4 a R$ 5 mil para ajudar Cristaldo e, em uma das ocasiões, chegou a vir pessoalmente na capital para lhe entregar R$ 20 mil em espécie. Cristaldo é acusado de integrar a organização criminosa, formada por policiais, que dava suporte ao contrabando de cigarros, a chamada ‘'. A denúncia era de que o policial, por meio de tais vantagens, vivia uma vida de ostentação, fora de seus padrões financeiros

29 policiais foram presos durante a Oiketicus

A Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar. Ao todo, 29 policiais foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso.

De acordo com a denúncia do Gaeco, os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.

O primeiro compreendia a região de Bela Vista, Jardim, Guia Lopes da Laguna, e Bonito; ao passo que o segundo Maracaju, Dourados, Naviraí, Mundo Novo, Iguatemi, Japorã e Eldorado.

Todas as cidades fazem parte da chamada ‘rota cigarreira', que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.