A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) encerrou o inquérito que investigou a morte de Maxelline e Steferson. Eles eram amigos e foram assassinados pelo guarda municipal Valtenir Pereira. Segundo a delegada que cuidou do caso, o guarda chegou a perseguir amigos da ex namorada e ainda teria mentido em seu depoimento.

Guarda municipal que matou a ex perseguia amigos dela, apontam depoimentos
Delegada Sueyli dá detalhes sobre investigação. (Foto: Marcos Ermínio)

Delegada da Deam, Sueyli Araújo explica que a amiga de Maxelline e testemunha do crime foi fundamental para esclarecer o que aconteceu. Ela prestou dois depoimentos e estava muito abalada no primeiro, mas o segundo relato foi essencial para entender o que aconteceu naquela noite de sábado.

Valtenir foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por impossibilitar a defesa da vítima, no caso de Steferson. Ele também foi indiciado por homicídio triplamente qualificado no caso de Maxelline – por impossibilitar defesa, por motivo torpe e por feminicídio. Por fim, ainda foi indiciado por tentativa de homicídio, no caso da testemunha. Com isso, o guarda municipal pode pegar 60 anos de prisão.

A delegada explica que ele chegou até a casa do casal de amigos de Maxelline disposto a tudo. Diferente do que Valtenir disse em seu depoimento, eles não estavam juntos, mas o guarda insistia em reatar com Maxelline. Em todas as vezes que tentava reatar o namoro, era muito agressivo e chegou a agredir a ex.

O depoimento da testemunha aponta que ele foi até a casa do casal e Maxelline foi conversar com ele na frente do portão. A amiga ouviu a discussão e foi até lá para tentar separá-los. Foi quando ele se alterou e sacou a arma. A testemunha correu, Maxelline segurou no braço dele, mas o tiro acabou atingindo as costas da amiga. Ela conseguiu entrar dentro da casa.

Quando a amiga entrou em casa ferida, o marido saiu. Foi quando o guarda municipal atirou em Steferson. Em seguida, apontou a arma para a cabeça de Maxelline e atirou em sua cabeça.

Os depoimentos mostram que o guarda municipal era obsessivo e não gostava dos amigos de Maxelline. Ele não gostava do casal porque eles estariam influenciando que ela não reatasse o namoro.

O depoimento de uma outra amiga de Maxelline aponta que o guarda também perseguia as amizades da ex. A testemunha era amiga da igreja da vítima e conta que já foi seguida por Valtenir. Ela acredita que ele também estaria disposto a matá-la.

“Ela contou que era amiga da igreja, convidou os dois para um curso de casal. Ele não quis, foi quando Maxelline terminou com ele. Ela tentou levar ele para a igreja, já que era muito agressivo, mas ele não foi e ela decidiu terminar”, explica a delegada.

Ao contrário das informações iniciais, de que o guarda teria passado alguns dias escondido em estacionamentos, indícios apontaram que ele estava escondido em uma casa no Aero Rancho. Ele estaria monitorando os amigos de Maxelline.

Após algumas agressões, Maxelline pediu uma medida protetiva contra o ex. Entretanto, ela foi procurada por Valtenir depois de pedir a medida, mas não denunciou à polícia. “Entendemos, ela estava com muito medo dele. Entretanto, o certo seria procurar a polícia”, diz delegada.