A Operação Pavo Real, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (27) em Mato Grosso do Sul e outros estados, bem como o Distrito Federal, foi possível graças ao trabalho do Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Durante fiscalização, agentes federais de execução penal encontraram com o narcotraficante sul-mato-grossense um bilhete com códigos que faziam referência a inúmeros bens dele. Deste modo, investigações constataram que ele seguia lavando dinheiro do narcotráfico e beneficiando familiares.

O objetivo da ação policial, neste sentido, foi desmantelar financeiramente a dedicada à lavagem e ocultação de bens, direitos e valores obtidos através do tráfico internacional de drogas. A operação foi iniciada pelo envio de informações do Depen  para Polícia Federal de Rondônia, após trabalho de inteligência realizado na Penitenciária Federal em Porto Velho.

“A vigilância aproximada, a constante revista de celas, permitiram acesso às informações valiosas que revelaram a existência de esquema criminoso voltada para a ocultação do patrimônio obtido com o tráfico internacional de drogas. O grupo era composto, em grande parte, pelos familiares de Pavão, incluindo a esposa, mãe, padrasto, filhos, genros, irmãos e sobrinhos, todos com prisão decretada, agora, pela Justiça Federal de Porto Velho (RO)”, disse o Depen em nota.

Na ação de hoje, foram cumpridos 21 mandados de prisão, sendo 16 preventivas e cinco temporárias e 67 mandados de busca e apreensão, nos Estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Rondônia, especializada em crimes praticados por organizações criminosas, contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 302 milhões, das contas de 96 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas, e a suspensão da atividade comercial de 22 empresas utilizadas, pela organização criminosa, para a movimentação dos valores ilícitos. Também determinou o sequestro específico de 17 veículos de luxo, com valores individuais de mercado superiores a R$ 100 mil cada, que, somados, alcançam um valor aproximado de R$ 2,3 milhões, além do sequestro de todos os veículos em nome e em uso pelos investigados.

Entre os bens estavam cerca de 50 que, segundo valores atuais de mercado, ultrapassam a quantia de R$ 50 milhões, além de dezenas de outros imóveis, registrados em nome de membros da organização criminosa, cujo valor patrimonial total será apurado.