A juíza Melyna Machado Mescouto Fialho, da Comarca de , a 324 quilômetros de Campo Grande, decretou a prisão preventiva de Oscar Ferreira Leite Neto, mais conhecido como Oscarzinho, suspeito do homicídio do Alberto Aparecido Roberto Nogueira, 55, o Betão, e do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva, de 36 anos.

Em sua decisão, proferida no dia 30 de março deste ano e reforçada em edital publicado no último dia 15, a magistrada considerou que o réu está desaparecido desde setembro de 2017 e que tal situação causa “desconforto e certo temor nas pessoas residentes na fronteira”, tendo em vista o envolvimento dele em crimes de execução que podem gerar retaliações.

“Posto isso, calcado nos elementos concretos insertos na representação […] ainda com observância ao princípio da razoabilidade, decreto a prisão preventiva de Oscar Ferreira Leite Neto, qualificado nos autos,com fundamento na garantia da aplicação da lei penal e conveniência da instrução processual”, decidiu. O mandado tem vigor até 29 de março de 2060.

Crime

Os corpos encontrados carbonizados no dia 21 de abril de 2016 na carroceria de uma caminhonete , eram do policial civil Anderson Celin e Betão, envolvido em vários crimes com repercussão nacional e que também atuou como pistoleiro de Fernandinho Beira-Mar, um dos maiores traficantes da América Latina. A caminhonete foi achada perto de um lixão de Bela Vista, na fronteira com o Paraguai.

Ambos foram alvos de acerto de contas do e o responsável pela execução seria Oscarzinho. A Hilux estava em nome de Betão, Anderson Celin era policial civil lotado em Campo Grande e morava na cidade. Em 2013, ele foi promovido para investigador da 3ª classe por tempo de serviço.

Betão, como era conhecido, tem ficha extensa e antes de envolver no crime, era servidor estadual, no cargo de agente fazendário. Em 2003, Betão foi acusado de matar policial militar Hudson Ortiz e de tentar matar o irmão dele, o também militar Hudman Ortiz, que ficou paraplégico. Betão acabou se transformando em vítima neste caso e foi absolvido porque o júri entendeu que ele agiu em legítima defesa.

Betão também foi réu, na Justiça de São Paulo, por envolvimento na morte do empresário Antônio Ribeiro Filho e do geólogo Nicolau Ladislau Haraly. Razão pela qual ficou preso entre 26 de junho de 2008, quando foi flagrado pela PF em Pedro Juan Caballero com um arsenal, e 16 de fevereiro, sendo solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ex-servidor também era conhecido por ter atuado como pistoleiro do chefe do tráfico e de facção carioca, Fernandinho Beira-Mar.