A Polícia Civil de não vai se manifestar oficialmente sobre o suposto atentado contra o deputado federal (PSL), que é investigado pela Polícia Federal, informou o delegado-geral adjunto da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Adriano Geraldo Garcia. Ele comentou o episódio na manhã desta segunda-feira (17). Segundo Garcia, o episódio tem ‘muitos pontos de interrogação'.

O delegado informou ainda ao Jornal Midiamax que a Polícia Civil está colaborando nas investigações, comandadas pela Polícia Federal. “Este caso precisa ser esclarecido”, disse o delegado. A Polícia Federal, por sua vez, informou em nota que a investigação está sendo considerada ‘prioritária' e reiterou que não repassará informações sobre o caso para não atrapalhar a apuração.

O deputado federal Loester Trutis foi procurado pela reportagem, mas não respondeu até o momento. Ele informou nas redes sociais que não se manifestará para a imprensa sobre o caso.

O suposto atentado aconteceu por volta 5h30 da manhã deste domingo (16), quando um veículo teria  emparelhado ao lado do carro do deputado e efetuado os disparos, num total de cinco. Ninguém ficou ferido.

Profissionais estranham

Segundo profissionais de segurança, a forma de agir dos supostos autores afasta a possibilidade de se tratar de ‘pistoleiros'. Quem efetuou os disparos agiu em plena rodovia, ou seja, local inadequado para uma execução por aumentar as chances de manobra evasiva do alvo com grande chance de êxito na fuga.

Além disso os disparos se concentraram na parte traseira do veículo, sendo que o deputado conhecidamente dirige o próprio carro.

“Ele vive fazendo stories na condução do automóvel. Qualquer teria feito essa investigação preliminar e escolhido atirar na posição do condutor. Além disso, esperaria um momento de baixa velocidade ou parada do veículo. Vemos execuções todo dia em MS, e quem vai para matar não sai atirando a esmo em alta velocidade numa rodovia. Não estou dizendo que não tenha havido, mas a motivação poderia, por exemplo, ter sido desde uma briga de trânsito, até disparos acidentais ou desinteligência anterior do político com alguém”, explica um policial aposentado que atua no setor de segurança privada e avaliou o caso para o Jornal Midiamax.

O Bope (Batalhão de Operações Especiais) foi até o local. O deputado foi até a Polícia Federal prestar depoimento. Ainda não se sabe a motivação para o ataque, e nem a identificação dos autores. Em postagem nas redes sociais, o deputado, conhecido por defender o uso de armas de fogo por civis, afirmou que conseguiu “revidar o ataque”. Não há, no entanto, detalhes sobre de que forma ocorreu o revide.

Desentendimento após acidente de trânsito

Em janeiro, o deputado teria se envolvido em uma confusão no bairro Universitário quando teria ameaçado uma família após seu carro ser arranhado em um acidente de trânsito. No dia 12 de janeiro, Trutis passava com seu veículo, uma Dodge Journey, quando um pintor de carros estacionou um Vectra e, ao abrir a porta, bateu na lateral do carro do deputado. Devido à profissão do rapaz, ficou acertado com ele e sua família que o conserto seria feito na própria funilaria da família.

Trutis teria descido do veículo nervoso após a batida, com uma arma em punho. Contudo logo ele foi acalmado e a situação resolvida. Já no boletim feito pelo deputado, ele diz que estava com pressa, pois tinha compromisso marcado em Corumbá, e concordou em arrumar o carro na funilaria. *Matéria alterada às 16h20 para acréscimo de informações.