Caso Marielly: Solto por engano após confusão da Justiça, Hugleice volta ao presídio

No fim da tarde desta quarta-feira (2), Hugleice da Silva retornou ao presídio em Rondonópolis, no Mato Grosso, após passar 5 dias solto. Acusado de realizar o aborto que terminou com a morte de Marielly Barbosa, de 12 anos, em 2011, ele acabou saindo do presídio na sexta-feira (28) em uma confusão feita pela Justiça […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

No fim da tarde desta quarta-feira (2), Hugleice da Silva retornou ao presídio em Rondonópolis, no Mato Grosso, após passar 5 dias solto. Acusado de realizar o aborto que terminou com a morte de Marielly Barbosa, de 12 anos, em 2011, ele acabou saindo do presídio na sexta-feira (28) em uma confusão feita pela Justiça de Mato Grosso.

Conforme o advogado José Roberto Rosa, Hugleice se apresentou e retornou ao presídio, assim como já havia combinado com a defesa. O réu responde pelo crime ocorrido em 2011, mas também tem acusação por tentativa de feminicídio cometida em 2018. Assim, teve liberdade concedida pelo primeiro crime, mas pelo segundo ainda deve permanecer detido.

O advogado José Roberto Rosa explicou que, no caso da Marielly, Hugleice teve a prisão preventiva revogada. Assim, ele acabou indo com a família para o Mato Grosso. No entanto, lá ele se envolveu em outro problema em 2018, durante uma mudança para Rondonópolis.

Ainda segundo a defesa, ele teria flagrado mensagens no celular da esposa, que indicavam traição dela com o vizinho. Então Hugleice esfaqueou no pescoço Mayara Barbosa, que é irmã mais velha de Marielly. “Graças a Deus não houve algo mais grave e ele foi preso por tentativa de homicídio [feminicídio]”, explicou o advogado.

Confusão no Judiciário

No entanto, o juiz responsável pelo caso do aborto, de Sidrolândia, ao saber da segunda prisão, decidiu decretar a prisão preventiva novamente. Foi então que começou a confusão do judiciário. Com isso, a defesa recorreu contra este novo pedido relacionado ao aborto e foi atendida, tendo alvará de soltura sido expedido.

Ao mesmo tempo, o advogado havia ingressado também com pedido de habeas corpus junto ao TJMT, para que Hugleice fosse solto pela tentativa de feminicídio. O sistema penitenciário acabou fazendo confusão e liberou o réu, acreditando que o alvará de soltura do processo de Mato Grosso do Sul fosse o mesmo pelo qual ele respondia no Mato Grosso.

“Chegou a soltura do TJMS, não verificaram que ele ainda estava preso pelo processo do TJMT e soltaram. Ele me ligou agradecendo e até a mãe dele falou comigo chorando, muito emocionada. Nesta segunda-feira fui verificar o teor da decisão, imaginando que ele havia sido solto em razão do habeas corpus no TJMT, e descobri o engano”, disse o advogado. Mesmo assim, foi orientado que o réu se apresentasse espontaneamente no Fórum mais próximo, mostrando que não tem interesse em fugir.

Como o réu pretendia ter a presença do advogado, José Roberto Rosa foi até Rondonópolis, onde acompanhou o retorno de Hugleice ao presídio.

Morte de Marielly

O crime, que causou comoção em Campo Grande, veio à tona quando foi registrado o desaparecimento de Marielly em de maio de 2011. Assim, o corpo da jovem foi encontrado no dia 11 de junho em um canavial em Sidrolândia, já em adiantado estado de decomposição.

Então, durante as investigações, a polícia chegou à conclusão que Marielly foi vítima de um aborto malsucedido cometido pelo enfermeiro Jodimar Ximenez Gomes, que agora também está em liberdade. Também foi apurado no inquérito a participação direta do cunhado Hugleice da Silva, na época com 28 anos.

Com isso, foi identificado que ele teria engravidado a jovem e contratado o enfermeiro Jodimar para realizar o aborto. Isso tudo como uma tentativa de encobrir a traição, já que a esposa de Hugleice era irmã de Marielly.

Conteúdos relacionados