Caso de professora morta a facadas faz 1 ano e caminhada pede fim à violência
Amigos e familiares da professora Nádia Sol, 38 anos, assassinada com 36 facadas pelo ex-companheiro, fizeram uma caminhada nesta terça-feira (10) comemorando o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, e lembrando um ano da morte da professora. Com cartazes e bandeiras brancas, também pediam o fim da violência contra a mulher. Nádia foi […]
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Amigos e familiares da professora Nádia Sol, 38 anos, assassinada com 36 facadas pelo ex-companheiro, fizeram uma caminhada nesta terça-feira (10) comemorando o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, e lembrando um ano da morte da professora. Com cartazes e bandeiras brancas, também pediam o fim da violência contra a mulher. Nádia foi morta no dia 10 de março de 2019, em Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande.
Participaram da caminhada, alunos de escolas particulares, municipais e estaduais de ensino, representantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, familiares e amigos. “Resolvemos fazer a caminhada hoje, porque se completa um ano da morte da Nádia. Um crime que chocou a nossa cidade. Além disso, como é o mês da mulher também fizemos essa alusão ao Dia Internacional da Mulher, onde pedimos uma reflexão sobre os crimes bárbaros sofridos por mulheres, vítimas de feminicídio, chamando o homens a participarem dessa grande luta também”, explicou Arlene Inez de Carvalho, em entrevista ao Diário Corumbaense.
Emocionada, a mãe da professora Nádia Sol, agradeceu a homenagem feita em memória da filha. “O que era para ser um dia de alegria pelo aniversário dela, virou tristeza”, afirmou Maria Inês. Ela também ressaltou que os últimos 365 dias estão resumidos em três palavras: dor, saudade e tristeza. Não contendo as lagrimas ao lembrar da filha, a mãe, que convive apenas com as lembranças de uma mulher alegre e batalhadora”.
“Quando me falaram da morte da minha filha, me senti mutilada, senti que me arrancaram um pedaço. Meu mundo desabou ainda mais pela maneira com que a vida dela foi tirada, pelo simples sentimento de querer seguir a vida dela de forma alegre, lutando por aquilo que ela sempre desejou conquistar pelo esforço próprio. Foi e segue sendo um dos momentos mais tristes da minha vida. Não é fácil”, disse Maria Inês.
Ela ainda lembrou que tentou levar a filha embora para Campo Grande antes do crime. “Disse para ela vir embora, mas como ela gostava de Corumbá resolveu ficar e infelizmente isso veio acontecer. Foi um crime brutal. Uma vida interrompida. Eu fiquei sem minha filha e minhas netas sem a mãe. Ainda mais elas, não só pela dor, mas pela carinho e amor, sentimento que elas não vão mais ter da mãe”, comentou emocionada.
Sobre o autor do crime, Maria Inês disse apenas que o sentimento é de revolta. “No dia que aconteceu o crime, ele ainda ligou para a minha casa, mas eu não quis atender. Procuro nem lembrar dele, pois a revolta é grande.”
“Que diante desse cenários, as mulheres possam denunciar. Não devem se calar. Qualquer tipo de violência, seja ela verbal ou física, tem que ser denunciada. Não queremos mais mãe chorando pelas suas filhas e filhos chorando pela partida das mães. É preciso respeitar, tanto homem, como mulher. A dor fica, mas a vida segue”, finalizou Maria Inês se referindo à importância da caminhada.
Em 2020, até este mês, 46 casos de violência doméstica foram registrados pela Polícia Militar de Corumbá. Em Ladário, já são 10 casos. Em 2019, Corumbá teve um total de 199 casos e Ladário, 48. Já o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Corumbá (CMDM) informou que os números de violência contra a mulher na cidade ultrapassaram 50 casos neste ano e que em 2019 foram mais de 3 mil denúncias.
Caso Nádia
A professora Nádia Sol Neves Rondon, 38 anos, foi morta em 2019 com 36 facadas no dia 10 de março, dia de seu aniversário. Ela havia saído com amigas para comemorar o aniversário e quando retornou para casa, na alameda Adelina, bairro Universitário, foi atacada pelo ex-companheiro, Edevaldo Costa Leite, na época com 31 anos, que não aceitava o fim do relacionamento. Os golpes atingiram as costas, tórax, rosto e braços. Testemunhas ainda disseram que viram o homem arrastando a vítima pelos cabelos para a rua e logo acionaram a Polícia Militar.
Os bombeiros foram chamados, prestaram o atendimento emergencial e depois a removeram para o pronto-socorro. Em seguida, a professora foi encaminhada para o centro cirúrgico da Santa Casa de Corumbá, mas não resistiu.
Edevaldo Costa se apresentou no 1º Distrito Policial e foi preso por feminicídio, cuja pena varia de 12 a 30 anos de prisão. Ele relatou que havia visto a professora com outra pessoa e isso teria motivado o crime. No entanto, amigos de Nádia contaram que ele já vinha a perseguindo, chegou a furar os pneus do carro dela e foi visto rondando a casa da vítima, o que reforça a tese de crime premeditado. Ele está preso no Estabelecimento Penal Masculino e ainda não foi julgado pelo crime. (As informações são do Diário Corumbaense)
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