VÍDEO: Piloto sequestrado diz que desligou comunicação para evitar rastreamento

O piloto sequestrado Edmur Guimara Bernardes, 77, supostamente sequestrado na manhã de terça-feira (18) em Paranaíba, a 407 quilômetros da Capital, e encontrado em um aeroporto de Cáceres, no Mato Grosso, disse em entrevista que foi obrigado a desligar o transponder da aeronave para não ser rastreado e não manter comunicação com ninguém avisando que estaria […]

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O piloto sequestrado Edmur Guimara Bernardes, 77, supostamente sequestrado na manhã de terça-feira (18) em Paranaíba, a 407 quilômetros da Capital, e encontrado em um aeroporto de Cáceres, no Mato Grosso, disse em entrevista que foi obrigado a desligar o transponder da aeronave para não ser rastreado e não manter comunicação com ninguém avisando que estaria sendo levado por bandidos.

Edmur disse em entrevista ao site Destak Agora que na manhã do sequestro, dia 18, dois homens chegaram a sua casa afirmando serem Policiais Civis e que queriam revistar a sua residência para ver se não encontravam armas ou pessoas no imóvel.

Quando entraram na casa do piloto, os homens afirmaram que queriam o avião para resgatar um companheiro na Bolívia. A todo o momento, Edmur disse que tinha uma pistola apontada para a sua cabeça. A vítima foi obrigada a levar os bandidos até uma fazenda, que foi invadida pelos autores, que fizeram o gerente e os moradores reféns até a chegada e partida do avião, no Paraguai.

Edmur ainda disse que durante o trajeto até a fazenda no Paraguai foi obrigado a desligar o transponder para não ser rastreado e nem manter comunicação com ninguém. O piloto ainda disse que teria sido obrigado pelos membros da facção a voar a 3.500 pés para não ser visto. “Eles sabiam como funcionava o avião e entendiam sobre aviação”, disse Edmur.

Ainda segundo a entrevista dada pelo piloto o membro da facção foi resgatado na Bolívia, onde ele foi obrigado a pousar em uma pista clandestina. Depois do resgate, os membros da facção começaram a se desentender sobre a nova rota traçada. Eles teriam deixado Edmur sozinho na aeronave levando as chaves do hangar acreditando ser do avião.

Foi neste momento que o piloto fugiu e ligando novamente o transponder do avião conseguiu comunicação com Cáceres, no Mato Grosso, onde pousou e prestou depoimento ao delegado da cidade. Ele disse que não ficou com medo de morrer, já que os bandidos afirmaram que não iriam fazer nada com ele.

Roubo e sequestro

Bandidos invadiram o hangar para roubar um avião da marca Cessna 182 skylane, prefixo PR-NAL. O avião pertence a um empresário do ramo de automóveis em Paranaíba. Os bandidos renderam o segurança e o prenderam dentro de um quarto. Em seguida, mandaram que o piloto Edmur entrasse no avião, que tem capacidade para quatro passageiros, para pilotar a aeronave.

Edmur já teve envolvimento em casos de tráfico de drogas e contrabando. Em um dos casos mais antigos, foi detido pela Polícia Federal em setembro de 2000. A prisão aconteceu após a PF apreender 138 quilos de cocaína em um hangar, em Paranaíba. A droga pertencia a um pecuarista e seria transferida de um avião para o fundo falso de um caminhão. Na época, os suspeitos tentaram dizer que transportavam hormônios bovinos. Edmur era um dos responsáveis pelo descarregamento da droga em Paranaíba.