Sobrinho é indiciado pela morte de agiota que exigiu honorário por cobrança

O delegado Tiago Macedo, da 4ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelas investigações do homicídio de Oswaldo Foglia, revelou nesta terça-feira que a vítima foi morta depois de exigir honorários de uma cobrança que fez, mas que não recebeu. O sobrinho dele, Miguel Arcanjo Camilo Júnior, foi preso e indiciado pelo crime. Em […]

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Delegado Tiago Macedo durante entrevista à Polícia Civil. Foto: Reprodução
Delegado Tiago Macedo durante entrevista à Polícia Civil. Foto: Reprodução

O delegado Tiago Macedo, da 4ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelas investigações do homicídio de Oswaldo Foglia, revelou nesta terça-feira que a vítima foi morta depois de exigir honorários de uma cobrança que fez, mas que não recebeu. O sobrinho dele, Miguel Arcanjo Camilo Júnior, foi preso e indiciado pelo crime.

Em entrevista fornecida à assessoria de imprensa da Polícia Civil, Macedo explicou que Miguel é um empresário do ramo de frios e tem duas lojas na cidade. Um dos fornecedores de Miguel sabia que o tio dele, Oswaldo, estava envolvido com agiotagem e decidiu contratá-lo para fazer uma cobrança. Oswaldo seria o responsável por fazer a cobrança para este fornecedor.

“Essa cobrança extrapolou o que foi combinado, não chegou a haver pagamento [por parte] do credor, e o contratado [Oswaldo] foi afastado. Romperam este contrato de cobrança. No entanto, a vítima [Oswaldo] acabou se insurgindo porque alegava que tinha direito de receber pelo serviço prestado, e o Miguel tentou intermediar esse pagamento, assumindo uma espécie calção”, explicou o delegado.

Oswaldo imaginava que os demais haviam recebido e o deixado sem nenhuma compensação, motivo pelo qual passou a pressionar o sobrinho. Miguel teria entregado alguns cheques ao tio como forma de garantia, mas tais cheques não foram pagos. “Houve um imbróglio financeiro entre as partes e a vítima se voltou contra essas partes na cobrança. Então, esse impasse financeiro foi o que motivou a ação do autor [Miguel]. Ele foi cobrado e acabou se sentindo pressionado e matou o tio”, pontuou.

Miguel foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e por recurso que dificultou defesa da vítima. “Não é descartada a ampliação deste indiciamento para ocultação de arma de fogo”, disse o delegado a respeito da arma usada no crime que ainda não foi localizada. “Ainda estamos com diligências em andamento para tentar localizar esta arma”.

Ameaças

De acordo com o delegado, Miguel alega que sofria tanta pressão por parte do tio, que até mesmo sua esposa e filha foram ameaçadas. “O tipo chegou a pedir que Miguel sustasse cheques de pagamento de seu fornecedor, para que recebesse os honorários da cobrança, mas o autor [Miguel] não quis misturar seus negócios particulares com os problemas do tio”, pontuou. Neste sentido, Oswaldo acreditava que o sobrinho e o fornecedor estavam agindo pelas suas costas.

O assassinato

O assassinato ocorreu na última terça-feira (16) no Jardim São Lourenço, em Campo Grande. O crime aconteceu após Miguel ter sido ameaçado várias vezes pelo tio Oswaldo, por conta de uma dívida que estaria avaliada em R$ 150 mil e que no dia, o agiota teria ido cobrar R$ 50 mil.

No momento do assassinato, Oswaldo teria ido até a conveniência e teria dito ao sobrinho que estava com um facão no carro e que iria matá-lo. Momento em que, armado com uma pistola, o autor atirou por três vezes contra o agiota que morreu no local. Em seguida, o sobrinho fugiu em um Camaro amarelo que foi encontrado abandonado na manhã seguinte, no bairro Cristo Redentor. 

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