Túnel escavado por quadrilha para roubar banco começa a ser coberto

O túnel escavado por quadrilha para roubar agência do Banco do Brasil, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, começou a ser coberto nesta quinta-feira (26) com concreto. Os bandidos investiram R$ 1 milhão para tentar roubar R$ 300 milhões e assalto seria um dos maiores do país se plano tivesse sido bem-sucedido. Conforme apurado […]

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Foto: Henrique Arakaki
Foto: Henrique Arakaki

O túnel escavado por quadrilha para roubar agência do Banco do Brasil, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, começou a ser coberto nesta quinta-feira (26) com concreto. Os bandidos investiram R$ 1 milhão para tentar roubar R$ 300 milhões e assalto seria um dos maiores do país se plano tivesse sido bem-sucedido.

Conforme apurado pela reportagem, funcionários de uma empresa contratada para o serviço trabalham desde às 13h desta quinta-feira e o trabalho ainda não tem previsão para se encerrar. Nas proximidades da agência, na Rua Alegrete, trabalham os operários com dois caminhões, sendo uma betoneira e outro caminhão bomba.

De acordo com um dos funcionários, a função do caminhão bomba é puxar o concreto dentro da betoneira e jogar dentro da unidade. Com capacidade para 8 metros cúbicos, aquele seria a quarta betoneira que descarregava no local. Além disso, mais um caminhão estava sendo aguardado.

Túnel escavado por quadrilha para roubar banco começa a ser coberto
Foto: Henrique Arakaki, Midiamax

Presos

Entre os presos estão Elaine Goulart de Cursio, de 36 anos, que fazia a gestão financeira do roubo. Ela era natural de Rondônia e estava morando no Mato Grosso. José Willian Nunes Pereira da Silva, de 48 anos, estava na Hilux e morreu no confronto. Ele era do Maranhão e já havia participado do roubo de R$ 6 milhões em São Paulo, em 1998. Quem também morreu na troca de tiros foi Renato Nascimento, de 42 anos, um dos mentores do crime e responsável pela cooptação dos comparsas.

Foram presos ainda Gilson Aires da Costa, de 43 anos, natural de Campos Sales (CE) e que fazia o serviço de pedreiro; Francisco Marcelo Ribeiro, de 41 anos, de Santana do Acaraú (CE), também pedreiro;  Laurinaldo Belizário de Santana, 51 anos, natural de Sertânia, no Pernambuco, com passagem por roubo. Laurinaldo fugiu de um presídio em São Paulo, por meio de um túnel.

Também foram presos, Wellington Luiz dos Santos Júnior, de 28 anos, pedreiro morador em Iperó (SP), Robson Alves do Nascimento, de 50 anos, marido de Elaine e natural da Bahia, e Bruno Oliveira de Souza, de 30 anos, baiano baleado durante confronto, atualmente internado na Santa Casa sob escolta policial.

Investimentos

Conforme relatado pelo delegado, 95% do trabalho de escavação feito pela quadrilha era manual. Eles cavavam em uma inclinação de 30 graus e retiraram cerca de 100 metros cúbicos de terra por dia. Em média, avançavam dois metros a cada 24 horas. Além do imóvel que eles alugaram para abrir o túnel, também tinham pelo menos mais seis imóveis, entre eles alguns de alto padrão, que usavam para despistar a polícia. “Nunca ficavam muito tempo no mesmo lugar”, disse Sartori.

Foram apreendidos com eles macaco hidráulico, micro câmera usada para observar o interior da agência por meio de um pequeno buraco feito pelo piso a partir do túnel, um bloqueador de sinal, pás, enxadas e outras ferramentas. O grupo ainda tinha um sistema de comunicação dentro do túnel. O meio como eles realizavam o plano leva a polícia a crer que tinham conhecimento em engenharia civil.

À imprensa, Elaine disse que conheceu Gilson na Bahia e que não sabia de nada do plano. Ela disse que o casal se mudou Para Mato Grosso do Sul, trabalhava em uma construtora e morava no bairro Parque Lageado. A quadrilha vai responder por associação criminosa armada, uso de documento falso e tentativa de roubo.

* A primeira versão desta reportagem trazia que Elaine Goulart de Cursio era contadora, conforme foi relatado pelas autoridades policiais. Porém, o CRC-MS (Conselho Regional de Contabilidade de MS) contestou existência de registro em nome de Elaine. Desta forma, o Jornal Midiamax retifica a informação, uma vez que a envolvida não possui vínculo com a classe contábil brasileira, não sendo, portanto, contadora.