Sinpol diz que exames já negaram tortura e acusa Gacep de ‘tentar estigmatizar policiais com ação penal’
Procurado pela reportagem do Jornal Midiamax para comentar a denúncia do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) contra oito policiais civis, que viraram réus por tortura dentro de delegacias do estado, o Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) emitiu nota negando as acusações e repudiando a […]
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Procurado pela reportagem do Jornal Midiamax para comentar a denúncia do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) contra oito policiais civis, que viraram réus por tortura dentro de delegacias do estado, o Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) emitiu nota negando as acusações e repudiando a investigação realizada pela unidade do MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul).
Segundo o Sindicato, os presos que denunciaram os policiais são réus confessos e não houve a tortura apontada no relatório oficial do Gacep. As supostas vítimas, de acordo com a nota oficial, foram presos em 2016 após investigação da Polícia Civil que apontou a participação dos dois em um assalto a banco em Sonora, a 351 quilômetros de Campo Grande, além de crimes graves em outros estados do país, ‘com mais 100 de anos de condenação’.
Conforme o Sindicato, na ocasião, a quadrilha atacou – com tiros de fuzil – a delegacia de Polícia Civil e o Batalhão da Polícia Militar, “destruindo as viaturas e tentando contra a vida dos servidores”. Logo depois, explodiram a agência bancária de Sonora, que permanece destruída até hoje, segundo o Sinpol.
O Sindicato ainda lembrou que a juíza de Sonora sentenciou o caso e afastou qualquer indício de tortura “inclusive parabenizando o trabalho policial realizado na ocasião”.
Durante a apuração dos fatos, um dos presos relatou que teve um objeto de metal introduzido no ânus dentro da delegacia. Além disso, outro contou que teria ouvido de policial que se não passasse informações precisas sobre comparsas, seria o próximo a ‘se enforcar’ em uma cela da delegacia especializada.
Conforme o Sinpol, os presos passaram por vários exames de corpo de delito, todos negativos. “O único laudo que apresentou escoriação foi quando o preso já estava – há mais de 20 dias – no sistema carcerário, sendo que a idade da lesão apontada foi de uma semana, ou seja, impossível de ter sido feita dentro da Delegacia de Polícia”.
Os dois criminosos, de acordo com o Sinpol, foram transferidos para o regime semiaberto por conta da progressão de pena, e um deles, inclusive, já fugiu e está evadido do sistema prisional com mandado de prisão.
O Sinpol ressaltou que a defesa dos policiais civis “demonstrará de forma cabal os equívocos e até mesmo, lamentavelmente, as leviandades da denúncia, que está a tentar jogar no fosso estigmatizante de uma ação penal, oito policiais que tem dedicado a vida em defesa da sociedade sul-mato-grossense”.
Confira a nota sobre a denúncia de tortura em delegacia de MS:
“Diante da denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual contra 8 policiais civis, o Sinpol vem a público esclarecer a verdade dos fatos.
Cumpre destacar que Wemerson Felipes Alves e Wellington Xavier de Campos Paulucci Vieira são réus confessos, presos em 2016 após investigação da Polícia Civil que concluiu a participação de ambos em um assalto a banco no município de Sonora/MS, além de cometerem crimes graves em outros estados do país, somando mais 100 de anos de condenação.
Na ocasião, uma quadrilha atacou – com tiros de fuzil – a delegacia de Polícia Civil e o batalhão da Polícia Militar, destruindo as viaturas e tentando contra a vida dos servidores. Logo depois, explodiram a agência bancária do município, que permanece destruída até hoje.
Sobre a denúncia de tortura, destaca-se que a juíza de Sonora sentenciou o caso com mais de 100 laudas e afastou qualquer indício de tortura, condenando todos os réus; inclusive parabenizando o trabalho policial realizado na ocasião. Outros órgãos do próprio MP, como a Promotoria de Justiça de Sonora, GAECO e Sexta Procuradoria de Justiça Criminal afastaram a alegada tortura no processo que resultou na condenação dos assaltantes.
Vale salientar também que os presos passaram por vários exames de corpo de delito, todos negativos. O único laudo que apresentou escoriação foi quando o preso já estava – há mais de 20 dias – no sistema carcerário, sendo que a idade da lesão apontada foi de uma semana, ou seja, impossível de ter sido feita dentro da Delegacia de Polícia.
Aliás, relevante destacar que um dos investigadores denunciados, depois dos devastadores atos praticados por Wemerson Felipes Alves e Wellington Xavier de Campos Paulucci Vieira, foi aposentado por invalidez, dada a impossibilidade de continuar exercendo as suas funções policiais. O referido policial estava dentro da delegacia no momento em que os criminosos atacaram a unidade com vários tiros de fuzil.
Finalizando, os dois criminosos foram transferidos para o regime semiaberto por conta da progressão de pena, e um deles – Wemerson Felipes Alves – encontra-se evadido do sistema prisional e com mandado de prisão.
A defesa dos policiais civis demonstrará de forma cabal os equívocos e até mesmo, lamentavelmente, as leviandades da denúncia, que está a tentar jogar no fosso estigmatizante de uma ação penal, oito policiais que tem dedicado a vida em defesa da sociedade sul-mato-grossense.”
Sinpol-MS
A reportagem também solicitou posicionamento da Adepol-MS (Associação dos Delegados de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul), já que um dos oito policiais denunciados pelo crime de tortura é delegado, e aguarda retorno.
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