A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) se divergem nas informações sobre o ‘apagão’ digital que atinge toda a segurança pública de Mato Grosso do Sul, que estariam ocorrendo desde esta quarta-feira (10). Com essa falha, a população não consegue fazer o registro nas delegacias, que estão apenas, fazendo registro de flagrantes e crimes como, estupros e homicídios.
Segundo nota enviada por e-mail para a reportagem, a Sejusp informou que não tem data para que o sistema de ocorrências volte ao normal. “A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública informa que já está adotando as medidas necessárias para resolver o problema do Sigo no menor espaço de tempo possível”.
No entanto, a Sefaz encaminhou ofício no qual relata que foi realizada manutenção de segurança nos acessos remotos para garantir agilidade e segurança no tráfego de rede, sendo que o sistema foi restabelecido desde as 12h15 desta quinta-feira (11).
O Jornal Midiamax tentou e não conseguiu acesso ao sistema. A reportagem também conversou com o diretor da empresa desenvolvedora do SIGO (Sistema Integrado de Gestão Operacional), que fornece o produto e a manutenção dos dados para o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Adriano Chiapara informou que o sistema ainda não voltou a normalidade.
A CompNet detém o contrato milionário de desenvolvimento e manutenção do sistema desde 2001, e tem ainda mais dois anos de contratação fechada com o Governo Estadual. Servidores ligados à Sejusp entraram em contato com a reportagem, denunciando que o problema seria fruto de suposto ‘desacordo’ comercial entre empresários e gestores públicos.
O empresário revelou ainda que já notificou o Governo com ofícios sobre a quebra da conexão segura que inviabiliza a continuidade dos serviços. “O sistema é atualizado de cinco a seis vezes por dia. Sem essa conexão segura, não tenho como manter o Sigo, com a possibilidade de vazamento de informações”, explicou Adriano.
Segundo Chiapara, a empresa teria enfrentado dificuldades até para notificar o superintendente da SGI, Alessandro Menezes. O servidor, teria supostamente se recusado a receber a notificação dos problemas no sistema.
Extraoficialmente, servidores admitem que em casos mais simples, como extravios, roubos ou furtos, a população está sendo orientada a voltar depois para fazer o registro do crime.