Assim como em anos anteriores, o ano de 2019 foi marcado por execuções atribuídas ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Agindo sempre da mesma maneira, os integrantes da facção matam para se vingar de pessoas de membros de facções rivais ou como forma de fazer justiça dentro do próprio PCC.

Janeiro – Um crime que chamou a atenção foi de Tiago da Silva de Jesus, 17 anos, ele teve a morte ordenada por presos em Campo Grande. O ‘julgamento' foi feito via videoconferência em uma casa do Jardim Botânico e o motivo seria rixa entre duas facções criminosas, PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho). O corpo foi deixado em uma rua do bairro Aero Rancho.

A polícia identificou durante a investigação, os quatro envolvidos no crime. Felipe Uchoas Gordinho, Acerola e Bugão. Barão, conhecido como Siri, Matheus Henrique de Oliveira Moraes, o ‘Acerola', Matheus Pereira Fernandes e Dorvaci Nogueira Bezerra, vulgo Bugão, que cedeu a casa para o ‘julgamento'.

#Retrospectiva: Pelo menos uma execução por mês foi atribuída ao PCC em 2019
Tiago foi morto e corpo deixado na rua no Aero Rancho

Fevereiro – Gerson Surubi Arteaga, 24 anos, foi encontrado degolado em Corumbá, a 429 km de Campo Grande. O corpo foi encontrado em um local de difícil acesso no bairro Aeroporto e a cabeça da vítima estava a alguns metros de distância. Ele ainda estava com as mãos amarradas para trás.

Quatro pessoas foram presas suspeitas pelo crime que teria como motivação uma disputa de território, já que a vítima fazia parte do (CV) e os autores do PCC. Foram presos Mateus dos Santos Alves, 23 anos, conhecido como Arcanjo, Crisavano Castedo de Souza, conhecido como ‘Véio', Douglas da Silva Oliveira de 26 anos, o ‘Maverick' e Robermauro Mercado Rocha de 22 anos, o ‘Maurinho'.

Abril – Primeiro Comando da Capital executou o ataque à pista de motocross que causou a morte do médico Sandro Abel Arredondo Lugo, de 45 anos. O atentado, que matou também um segurança e deixou duas pessoas feridas à bala, é mais um episódio na guerra entre facções brasileiras para o controle do tráfico na fronteira.

Maio – Foi encontrado o corpo de Rosimar Gomes da Souza Cruz de 27 anos assassinada no do PCC em Dourados, – a 225 quilômetros de Campo Grande. Antes de morrer ela gravou um vídeo e disse que foi batizada pelo CV em 2016, com o apelido de ‘Meduza'. Ela ainda fala que estava na cidade para buscar drogas para a facção criminosa, mas que se recebesse o perdão do PCC prometia ‘rasgar' com a facção rival.  Pelo crime foram presas Fernanda Thais de Queiroz de 28 anos, e Talita Moreira Agueiro de 26 anos, que foram encontradas escondidas no bairro Parque das Nações.

Junho – Nove presos morreram em uma rebelião com enfrentamento de facções na Penitenciária do estado de San Pedro del Ycuamandiy, na capital San Pedro, cidade que fica a 254 quilômetros de Paranhos em , em junho. Há informação que alguns dos mortos foram decapitados. Dentre os nove mortos, um deles é integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Julho – Em julho, Bruno Schon Pacheco, 27 anos, encontrado morto em uma área de vegetação no final da rua Maria de Lourdes Vieira de Matos, Jardim Centro Oeste, em Campo Grande. Ele foi sequestrado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) por dever mensalidades a facção criminosa. Foram presos Denilson Ramires Cardoso, conhecido como ‘Caverna', Jeferson Silva Custódio, conhecido como ‘Alemão', Carlos Eduardo Osório Martins, Igor de Oliveira Porto. Um adolescente de 17 anos também foi apreendido.

Agosto – O corpo de Sandrinho de Souza de 20 anos foi encontrado em um córrego, debaixo de uma ponte na cidade de Caarapó, a 273 quilômetros de Campo Grande. A morte foi atribuída ao PCC. O jovem passou pelo julgamento deles. “Foram identificados e presos seis indivíduos, além de localizar armas de fogo, apreender drogas e munições

Setembro – A Polícia Civil encontrou o corpo de uma adolescente, identificada como Danielle Pereira de Magalhães, 17 anos, em uma área de trilha no Loteamento Pantanal, em Corumbá, cidade que fica distante 444 quilômetros de Campo Grande. Tauanny dos Santos, 27 anos, envolvida no assassinato e outros três homens foram presos pelo crime. André Benites Chimenes conhecido como ‘Já Vai', Sebastião dos Santos Avelar, o ‘Pele', também Flávio Elias Magalhães conhecido como ‘Flavinho'.

Na delegacia de Polícia Civil, Tuanny contou que foi a responsável por levar Danielle até a casa de André, a pedido do seu companheiro Flávio. No local, a adolescente seria julgada pelo ‘tribunal do crime' do PCC (Primeiro Comando da Capital), já que seria de facção rival, o CV (Comando Vermelho).

#Retrospectiva: Pelo menos uma execução por mês foi atribuída ao PCC em 2019
Danielle Pereira de Magalhães foi morta pleo PCC

Outubro – Emanuel Díaz Gómez, 23 anos, foi assassinado a tiros na cidade de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul. Informações são de que Emanuel teria ligação com o narcotraficante Elton Leonel Rumich da Silva, o Galan – apontado como chefe do PCC na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai. Galan está preso no Rio de Janeiro.

Novembro – O açougueiro Gyllyan Castilho Ramos, 33 anos, foi executado a tiros no Portal Caiobá em Campo Grande. Os criminosos gritaram ‘Aqui é do Comando'. Testemunha prestou depoimento à polícia e contou que o açougueiro saía para trabalhar, voltando do horário de almoço, quando foi executado.

Dezembro- O caso que chocou a população da fronteira foi a morte violenta do estudante brasileiro Alex Zioli Areco Aquino, 14 anos. Alex foi executado a mando do brasileiro Genaro Lopes Martins, conhecido como ‘Animal do PCC', depois de brigar com um cunhado do criminoso no banheiro da escola em que estudava, na cidade de Pedro Juan Caballero. Após ser torturado por várias horas, o adolescente foi forçado a cavar a própria cova e morto com um tiro na cabeça.

Genaro Lopes Martins, Diana Clavel Pimentel e o adolescente de 15 anos foram indiciados pela morte do adolescente.

Como a facção não muda o seu ‘modus operandi' geralmente fica mais fácil definir a autoria e prender os autores, de acordo com o delegado Jarley Inácio os faccionados utilizam mão-de-obra “qualquer, muitas vezes de pessoas que possuem dívidas com a facção, ocorrem muitas vezes de serem elos fracos, que acabaram por deixar rastros, nem sempre são pessoas acostumadas a matar”, explica.