A sogra da jovem, de 19 anos, que foi mantida em cárcere privado e obrigada a abortar teria negado na delegacia o crime, mas a Polícia Civil de – a 440 quilômetros de Campo Grande, teria encontrado na residência da mulher um recibo de pedágio que indicava a ida até o Paraguai, na manhã de sexta-feira (5) para possivelmente comprar o remédio, Cytotec de venda proibida no Brasil.

Segundo o delegado Pablo Ricardo Campos Reis, na delegacia o trio- a sogra, o namorado de 17 anos e o farmacêutico- teriam negado o crime, e a mulher dito que a nora já teria chegado a sua casa passando mal, depois de ter ingerido o remédio sozinha.

Mas, o recibo do pedágio encontrado pela polícia na casa da mulher indica possivelmente a ida até o Paraguai para a compra do remédio, que tem venda proibida no Brasil. “O recibo marcava a volta as 10h50 da manhã, o que indica a ida deles até o outo lado”, falou o delegado.

Foi feito o pedido de prisão preventiva da mulher e do farmacêutico e o pedido de internação na UNEI (Unidade Educacional de Internação) para o adolescente de 17 anos. A irmã da jovem foi quem chamou a polícia depois de ligar para a vítima e perceber que algo de errado estava acontecendo.

O namorado e a sogra da jovem se desesperaram com a notícia da gravidez. Ao atrair a jovem para sua casa, o namorado, de 17 anos, tentou convencê-la de um aborto, com a ajuda de um amigo que trabalhava na farmácia da cidade. A vítima se recusou a tirar o bebê, até que a sogra chegou ao local e começou a fazer ameaças, quando teria dito que interromperia a gravidez, por bem ou por mal.

A vítima foi trancada no quarto da casa, onde ela foi mantida em cárcere privado. Diante da pressão psicológica e das ameaças, a jovem cedeu e concordou em tomar um remédio chamado Cytotec para provocar o aborto. De acordo com o delegado, o remédio inclui dois comprimidos, um é para uso via oral e outro deve ser introduzido no canal vaginal, onde se dissolve.

“Ela tomou uma dose extremamente forte, ela tomou quatro comprimidos na via oral e na hora de fazer a introdução no canal vaginal, ela se negou. Foi quando a mãe do adolescente, à força, tirou a roupa dela e fez a introdução do remédio”, relata.

Segundo o delegado, a vítima chorava muito e pedia para ir para casa, não queria contar sobre o acontecido. Depois de revelar tudo o que sofreu, ela foi levada para o hospital e apesar da lavagem para eliminar os remédios, ela acabou perdendo o bebê na madrugada de sábado (6).