A Polícia Civil identificou três pessoas suspeitas de terem envolvimento com o assassinato de Dorival Lacerda Ramos, 64 anos, ocorrido em julho de 2016 na cidade de , a 466 quilômetros de Campo Grande. A polícia concluiu inquérito nesta segunda-feira (28) e pediu a de dois envolvidos, mas o pedido foi negado pela Justiça.

De acordo com as informações do delegado Felipe Rossato, o crime aconteceu no assentamento Rancho do Loma e foi cometido por dois jovens que na época tinham 26 e 27 anos, com a ajuda de uma adolescente. Rossato informou que no dia do crime os três estavam no assentamento ingerindo bebidas alcoólicas e usando drogas, quando a adolescente relatou que a vítima tinha uma motocicleta e armas de fogo que poderiam ser furtadas.

Os acusados foram até a casa do idoso, onde um dos acusados que era namorado da adolescente arrombou a porta. A vítima acordou com o barulho e se levantou, momento em que foi atacada a pauladas pelos acusados. “Segundo relatos da adolescente o idoso agonizou por mais de 30 minutos”, afirma o delegado.

Após constatarem a morte do idoso, os acusados decidiram simular um crime passional, colocando uma peça de roupa íntima feminina no rosto da vítima, com o objetivo de dificultar as investigações da Polícia Civil. “Depois de alterar a cena do crime e simular um crime passional, eles subtraíram duas armas de fogo e a motocicleta que estava no fundo da casa”, conta Felipe.

O corpo de Dorival foi encontrado por uma vizinha, que na tarde seguinte à morte foi até a casa dele para conversar, como fazia todas as tardes. Como não encontrou o idoso e após chamar e não obter resposta a mulher entrou na casa e se deparou a vítima sobre a cama, de cueca e coberto com um cobertor. Ela chamou um outro vizinho que constatou que Dorival estava morto.

Após o assassinato

Durante as investigações ficou comprovado que um dos criminosos ficou com as armas e foi para a casa onde reside no assentamento. A adolescente e o namorado pegaram a motocicleta e se dirigiram até a cidade de Iguatemi, mas no meio do caminho, com medo de que a polícia suspeitasse dos dois, resolveram contratar uma quarta pessoa para levar um deles até o assentamento e voltar com a motocicleta para ser entregue na casa da adolescente na cidade.

Alguns dias após o crime, a adolescente tentou contratar um homem para levar a motocicleta até o Paraguai, mas quando ele soube do , recusou a proposta. Segundo o delegado, depois desse fato a adolescente conseguiu contratar um menor que levou a motocicleta para o Paraguai, onde teria trocado por crack. A droga foi comercializada em Iguatemi pela adolescente.

Pedido de prisão

Os dois maiores foram interrogados e indiciados por latrocínio e corrupção de menores. O delegado Felipe Rossato representou pelas prisões preventivas dos acusados e apreensão da adolescente, mas o pedido foi indeferido pelo Poder Judiciário local. Caso sejam condenados, os acusados podem pegar penas superiores a 30 anos de prisão. Já a adolescente vai responder por ato infracional equiparado ao crime de latrocínio e pode ser internada para o cumprimento de medidas socioeducativas.