Pela primeira vez após 12 julgamentos serial killer confessa participação em homicídio

No último julgamento deste ano, Luiz Alves Martins Filho, o Nando, confessou participação na morte de Aparecida Adriana da Costa, a Malu. Aos jurados, na manhã desta quinta-feira (28) Nando respondeu tranquilamente às perguntas, embora tenha se exaltado momentos antes durante o depoimento de policiais civis, sendo possível ouvir seus gritos da cela. Nando, hoje […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Nando não assistiu ao depoimento dos policiais civis (Foto: Marcos Ermínio
Nando não assistiu ao depoimento dos policiais civis (Foto: Marcos Ermínio

No último julgamento deste ano, Luiz Alves Martins Filho, o Nando, confessou participação na morte de Aparecida Adriana da Costa, a Malu. Aos jurados, na manhã desta quinta-feira (28) Nando respondeu tranquilamente às perguntas, embora tenha se exaltado momentos antes durante o depoimento de policiais civis, sendo possível ouvir seus gritos da cela.

Nando, hoje com 52 anos, já acumula mais de 120 anos de prisão em regime fechado pelas condenações por vários homicídios ocorridos no aterro sanitário, o lixão de Campo Grande, no Jardim Veraneio. Em todos os julgamentos anteriores ele sempre era sucinto no que dizia respeito às mortes. Dizia que a culpa era de ‘Vasco’, seu amante na época, e que só tinha participado da morte de Malu.

Nesta quinta-feira, sobre o assassinato da jovem, ele contou que foi convidado a participar do crime por um adolescente e que Claudinei Augusto Ornelas também teria participado. Claudinei também é julgado por este crime e já foi inocentado das outras quatro acusações por supostos envolvimentos nas mortes dos jovens que ‘desapareceram’ do Danúbio Azul entre 2014 e 2016.

Conforme depoimento de Nando ao juiz, ele dirigiu o carro em que Malu foi levada ao lixão naquele dia 2 de agosto de 2014. O Gol quadrado em que os quatro teriam ido ao local do crime era conduzido pelo apontado como maior serial killer da história de Mato Grosso do Sul, tinha Malu como passageira no banco da frente e Claudinei e o adolescente no banco de trás.

Ainda segundo o réu, a motivação para a morte de Malu seria porque ela teria ajudado a matar o irmão do adolescente em data anterior. No Jardim Veraneio todos desceram do carro, quando, segundo Nando, Claudinei segurou as pernas da vítima e o adolescente a golpeou no abdômen com um ‘chucho’, uma estaca de madeira. Enquanto isso ele a enforcava com uma correia de máquina de lavar, o que ele não chegou a admitir mas consta na denúncia.

Nas palavras de Nando, ele segurava a jovem pela mão enquanto ela era assassinada. “Foi a única pessoa que ajudei a matar até hoje”, afirmou. Por fim, ele teria colocado o corpo da jovem no porta-malas do carro e desovado o corpo na região do lixão, sem enterrar. O crime foi confessado, mas o corpo de Malu nunca foi encontrado pela polícia.

Questionado pelo juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri que preside a sessão, Nando disse que ajudou no homicídio “por bobeira”, assim como Claudinei. “Este homicídio da Malu você confessa?”, questionou o juiz. “Confesso”. Os jurados devem decidir, após argumentações das defesas e da acusação, se Nando responderá por homicídio qualificado por motivo torpe e meio cruel.

De todas as acusações, Nando foi absolvido em apenas dois julgamentos. Hoje a pena do réu já soma mais de 123 anos de prisão em regime fechado. No último júri, absolvido por falta de provas, o réu se alterou quando foi encaminhado para a cela e chegou a quebrar uma cadeira, assustando quem assistia ao julgamento. Nesta quinta-feira, após prestar depoimento ele foi encaminhado de volta ao presídio.

Conteúdos relacionados