Em três meses, a Operação Hórus barrou a entrada de aproximadamente 455 milhões de cigarros contrabandeados no Brasil e impediu lucro estimado em R$ 2 bilhões ao crime organizado. A ação, planejada pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), é executada pela Polícia Federal, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Exército Brasileiro, Polícia Militar e Força Nacional de Segurança Pública, na região da Ponte Ayrton Senna, na divisa entre Paraná e Mato Grosso do Sul, estados localizados na fronteira com o Paraguai.
Segundo balanço, a ação integrada evitou prejuízos de mais de R$ 48 milhões aos cofres públicos, ao impedir a entrada de produtos contrabandeados e de drogas em território brasileiro. Estima-se que a cadeia criminal do contrabando de cigarros envolva pelo menos 13 crimes, como corrupção, tráfico de drogas e de armas, roubo de veículos e de cargas, além de crimes violentos como homicídio e latrocínio.
Desde seu início, em maio, a Operação Hórus apreendeu 60 veículos como caminhões, carros e motos, 30 embarcações usadas pelos criminosos, 15,3 mil caixas de cigarro, equivalente a mais de 7 milhões de maços, mais de três toneladas de maconha e 200 quilos de agrotóxicos contrabandeados. A ação também resultou na prisão de 27 pessoas e apreensão de um adolescente.
A suspeita é de que os criminosos deixaram de lucrar R$ 35 milhões apenas com venda dos cigarros e mais de R$ 1 bi com a venda de drogas. Em missões de reconhecimento durante os primeiros meses do ano, quando a operação estava em fase de planejamento, as equipes contabilizaram uma média de 200 lanchas clandestinas, por noite, que trafegavam impunes ao norte da ponte Ayrton Senna, rumo ao Paraná e Mato Grosso do Sul.
Com isso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública acredita que a ação integrada evitou a entrada de 455 milhões de maços de cigarro contrabandeado do Paraguai em território brasileiro, o que geraria lucro de mais de R$ 2 bilhões às organizações criminosas.
“A operação faz parte de um contexto maior e muito mais amplo. Trata-se de um projeto-piloto do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras que está sendo implementado pelo Ministério. Após o período de teste inicial, o desafio é ampliar o programa e levá-lo aos 11 estados de fronteira, que abrangem quase 17 mil quilômetros”, afirma o coordenador-geral de fronteiras da Seopi (Secretaria de Operações Integradas/MJSP), Eduardo Bettini.