O MP (Ministério Público) se manifestou contrário ao pedido feito pela defesa de Hugleice da Silva, acusado da morte de Marielly Rodrigues Barbosa, de conversão de prisão preventiva em prisão domiciliar, nesta segunda-feira (15). Hugleice é acusado pelo aborto mal-sucedido que levou a morte a jovem Marielly, em 2011.

Segundo o MP, a prisão do acusado se deve pela gravidade dos fatos, e “pela garantia da ordem pública, a qual restou ameaçada em razão da gravidade do delito, de modo que a liberdade de Hugleice trará a sensação de impunidade para a população, bem como este poderá fazer outras vítimas”.

A defesa, porém, alegou que “as somatórias das penas mínimas dos crimes imputados não ultrapassam quatro anos, portanto, de modo que ainda haja a condenação deste pelo Tribunal do Júri, o regime inicial de cumprimento de seria diferente do fechado”.

No final do despacho, o MP pede que o pedido de prisão domiciliar de Hugleice seja indeferido.

No dia 8 de abril, o MP apresentou denúncia contra Hugleice da Silva, pelos crimes de aborto e ocultação de cadáver. Segundo a denúncia do MP, não restou dúvida de que Hugleice teria participado sendo autor do aborto e também da ocultação de cadáver de Marielly, com a ajuda do enfermeiro Jodimar. Ainda segundo relato do ministério, após a tentativa de Hugleice de matar a esposa, irmã de Marielly é necessário que se mantenha a prisão preventiva dele, que está detido em Mato Grosso.

Ainda no despacho do MP, é feito o pedido de listagem de testemunhas para que seja designado o julgamento, “Após, venham os autos conclusos para elaboração de relatório e designação de sessão plenário do júri”.

Relembre o caso

O crime, que causou comoção em Campo Grande, veio à tona quando foi registrado o desaparecimento de Marielly Barbosa Rodrigues no dia 21 de maio de 2011. O corpo da jovem foi encontrado no dia 11 de junho em um canavial em , já em adiantado estado de decomposição.

Em investigações, a polícia chegou à conclusão que Marielly foi vítima de um aborto malsucedido cometido pelo enfermeiro Jodimar Ximenez Gomes.

No inquérito que apurou a morte também foi apontada participação direta do cunhado, Hugleice da Silva, na época com 28 anos. Ele teria engravidado a jovem e contratado o enfermeiro Jodimar para realizar o aborto. Tudo como uma tentativa de encobrir a traição, já que a esposa de Hugleice era irmã de Marielly.

Durante a época das investigações, tanto a mãe quanto a irmã de Marielly afirmaram que colocariam a “mão no fogo” por Hugleice, e que ele não seria capaz de cometer o crime